O presidente do Conselho de Opinião da RTP sublinhou que a empresa "pode ainda ter diminuição de despesas", pelo que não vale a pena "pedir mais despesa aos portugueses" sem que tudo esteja otimizado.

Manuel Coelho da Silva falava aos jornalistas à margem da audição do Conselho de Opinião sobre o seu parecer sobre o Plano de Atividades e Investimentos e o Orçamento (PAIO) da RTP para 2016 na comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, a pedido do parlamento.

Durante a sua intervenção na comissão, o presidente do Conselho de Opinião tinha afirmado que a RTP ainda tinha espaço para poupar.

Instado pelos jornalistas sobre o tema, Manuel Coelho da Silva afirmou que "há situações onde a RTP pode ainda ter diminuição de despesas", dando como exemplo a "cobrança das receitas".

"O que eu disse é que enquanto não tivéssemos tudo otimizado não valeria a pena pedir mais despesa aos portugueses", afirmou.

Durante a comissão parlamentar, a presidente do órgão, Edite Estrela, manifestou a sua "grande deceção" pelo facto da RTP África "não fazer qualquer referência aos 20 anos da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]", classificando de "lacuna inaceitável".

Questionado sobre o tema, Manuel Coelho da Silva disse que a questão levantada foi "concreta" e que tem a ver "um pouco" com as críticas feitas ao PAIO no parecer do Conselho de Opinião.

Entre as conclusões, o Conselho de Opinião da RTP considera que o PAIO da empresa para 2016 tem "muitas e boas ideias" de serviço público, mas "muito poucos projetos concretos que as consubstanciem".

"Gostaríamos de ter visto neste plano de atividades o elencar deste tipo de eventos porque isso é o que nos permitiria avaliar se depois havia, ou não, a sua realização", disse.

"A nossa crítica, afinal, parece que tem razão porque foi levantada aqui uma questão muito concreta", acrescentou, aludindo à posição manifestada por Edite Estrela.

Para o Conselho de Opinião da RTP, a apresentação do PAIO "era esperada como um momento importante na viragem da empresa", mas "não respondeu inteiramente àquilo" que o órgão gostaria de ver, referiu o presidente aos deputados.

No entanto, sublinhou que o órgão não está contra a RTP, nem é essa a sua posição.

"Não somos uma força de oposição na empresa, o Conselho de Opinião não tem uma atitude negativista", disse Manuel Coelho da Silva durante a sua audição parlamentar.