A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou “profundamente” a morte do ator Rogério Samora, hoje aos 63 anos, recordando-o como “um dos mais completos atores da sua geração”.
Rogério Samora, que estava em coma desde agosto, depois de ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória nas gravações da telenovela “Amor, Amor”, em exibição na SIC, morreu hoje, segundo a SIC, no Hospital Amadora-Sintra, para onde tinha sido transportado.
Numa série de publicações na conta oficial do Ministério da Cultura no Twitter, Graça Fonseca salienta que, “numa carreira que o tornou uma presença permanente junto do público português, seja no teatro, no cinema ou na televisão, o talento de Rogério Samora fê-lo destacar-se como um dos mais completos atores da sua geração”.
“Na sua voz e nos seus gestos, as complexidades, os matizes e as contradições da natureza humana ganhavam uma dimensão única, que o público português e os seus pares sempre reconheceram”, lê-se numa das publicações.
"Nas personagens que interpretou, e através delas, construiu um elenco abrangente e representativo de personalidades, no qual podemos ler as diferentes fases da nossa história, mas, também, uma dimensão transversal às épocas, aos lugares e aos tempos", prossegue Graça Fonseca, no comunicado entretanto divulgado.
"Por isso, o seu percurso enquanto ator foi sinónimo de versatilidade, não apenas nos papéis que interpretou, mas também no modo como desaparecia para dentro deles, permitindo que uma nova vida surgisse e respondendo à multiplicidade de olhares dos vários nomes com os quais foi colaborando".
"Trabalhador incansável e dedicado, ator completo e capaz dos mais diversos registos, deixa um legado inapagável de emoções e personagens", conclui Graça Fonseca.
Rogério Samora contava mais de 40 anos de carreira, com um percurso marcado pela participação em dezenas de telenovelas e outras produções televisivas, como “Nazaré” e “Mar Salgado”, da SIC, “Flor do Mar” ou “Fascínios”, da TVI, depois de se ter estreado em televisão, na RTP, em 1982, em “Vila Faia”.
O percurso de Rogério Samora teve, porém, início no teatro, na antiga Casa da Comédia, e apresenta alguns dos seus mais importantes papéis no cinema, em filmes de Fernando Lopes e de Manoel de Oliveira.
Nascido em Lisboa, em 28 de outubro de 1958, fez o curso de Teatro do Conservatório Nacional, e estreou-se no final da década de 1970, na peça “A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini”, de René Kalisky, levada a cena na Casa da Comédia, sob a direção de Filipe La Féria. O desempenho valeu-lhe o seu primeiro prémio, em 1981, o de Ator Revelação, da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
Comentários