Deu os primeiros passos no jornalismo com apenas 14 anos de idade. Há 10 anos entrou na SIC Notícias e está todos os dias três horas em directo na Edição da Manhã. Aos 33 anos, continua solteiro e bom rapaz e alimenta apenas uma paixão: viajar.
Estar ininterruptamente na SIC Notícias há dez anos, é uma coisa rara?
É rara e é desgastante, ao mesmo tempo, porque estes dez anos foram vividos como se fossem 20 ou 30! O mundo mudou muito e os nossos horários também são muito exigentes e desgastantes. Estou todos os dias três horas em directo, de segunda a sexta, e já nem consigo contabilizar quantas horas foram.
Eu dou uma ajuda: são mais de oito mil horas de emissão...
Tudo isso se deve à estabilidade que a SIC e a SIC Notícias me deram ao longo destes dez anos e que me permite apresentar um produto com o qual, felizmente, me identifico muito.
Deu os primeiros passos no Canal Notícias de Lisboa, onde ainda o entrevistei...
É verdade. Foi mesmo a primeira jornalista que me entrevistou em 1998. Faço parte do projecto inicial do CNL juntamente com outras caras que, tal como eu, também foram convidadas a fazer parte do arranque da SIC Notícias: a Marta Atalaia, a Carla Jorge de Carvalho, a Sílvia Lima Rato e outras. Fomos a génese da SIC Notícias.
Chegou aqui como o benjamim do grupo...
Se não era o mais novo da equipa, era seguramente o mais novo dos pivôs. Quando cheguei, o intuito da direcção de informação era que eu assegurasse um dos espaços informativos. De resto, sempre estive habituado a ser o mais novo em todo o lado, até porque comecei a trabalhar em jornalismo com 14 anos nos jornais e rádios locais.
Trabalha na SIC de manhã cedo, e, depois, como ocupa o resto do dia?
Vou ao ginásio, preparo os programas e descanso. Vou para a cama todos os dias às oito da noite. Sou muito regrado. Estar três horas numa emissão em directo que funciona com muitos convidados, sem teleponto, na base do improviso e sem rede, obriga-me a estar minimamente desperto.
Ainda acorda de madrugada?
Acordo todos os dias às três da manhã e às quatro já estou na SIC a preparar as coisas. Às sete da manhã estou no ar e as três horas seguintes, em directo, passam a correr.
Quando o programa acaba, faz o quê?
Tenho mais uma reunião para definir as estratégias do dia seguinte, depois vou um bocadinho ao ginásio antes de ir a casa, senão dá-me a quebra e já não vou. Almoço com amigos ou com os meus pais, descanso um pouco depois do almoço, mas não muito tempo, no máximo uma hora, para ter sono à noite.
Ainda trabalha em casa?
Costumo preparar as entrevistas que já sei com antecedência que vão acontecer no dia seguinte. Faço toda a pesquisa inerente aos convidados e quando os temas não me são familiares, também faço a investigação toda em casa. Ao fim da tarde vou buscar os meus sobrinhos ao colégio, levo-os a casa e, entretanto é hora de jantar e, logo a seguir, vou para a cama.
É o que se chama um tio presente?
Completamente. Estou com eles todos os dias.
E filhos? Ainda não está para aí virado?
Ainda não. Sou solteiro e bom rapaz. Também, com este horário, tinha as malas à porta em menos de nada...
Não janta com os amigos, não tem uma vida social normal?
Encontro-me com um ou outro amigo que pode estar comigo durante o dia, com os outros só ao fim-de-semana. Entre a sexta e o domingo tento ter uma vida o mais normal possível.
Ainda consegue ter algum hobby?
Para além do ginásio gosto muito de ir ao cinema sempre que posso e também gosto de jogar ténis, embora esta seja uma actividade também reservada para o fim-de-semana. Depois tenho os interesses de toda a gente: passo muito tempo a ler, a ouvir música e a ver cinema.
Também viaja?
A minha maior paixão é, sem dúvida, viajar.
Vai fazendo umas escapadinhas de três em três meses?
Arranjo uma semana ou um fim-de-semana prolongado e vou para qualquer lado recarregar baterias.
Qual foi a melhor notícia que deu ao longo destes dez anos?
É difícil eleger uma porque, ao longo destes anos, dei muito mais más notícias, infelizmente.
Mas que boa notícia gostaria de dar?
No momento presente gostava de dizer amanhã que o desemprego em Portugal não está a aumentar, que não vamos precisar de pedir ajuda ao FMI e que o preço do combustível vai começar a descer. Podem parecer coisas pequeninas mas no momento que estamos a viver dizem muito e fazem toda a diferença na vida de muitas famílias.
E a longo prazo?
De uma forma mais utópica, gostava de anunciar que há uma vacina para a SIDA e que há cura para o cancro, os dois grandes flagelos do nosso tempo.
Está preocupado com a evolução da situação mundial?
Estou. Já começámos a sentir isso nos últimos anos, e este ano em particular a situação toca-nos, mais do que nunca, a todos. E como todos nós, também já comecei a mudar um bocadinho os meus hábitos para me adaptar à nova realidade.
(Texto: Palmira Correia/Fotos: Bruno Raposo)
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