Joaquim Horta é Rui Paredes em «Sedução». Um homem despreocupado, sem grandes ambições na vida que tem uma loja de discos e vê o seu negócio cair em catadupa por causa da pirataria e dos downloads ilegais. A família poderia ser o seu maior conforto...mas não é. A mulher Ester (Maria João Bastos), uma escritora exuberante de sucesso, não lhe reconhece qualquer mérito. E o pior ainda está para vir, como Joaquim Horta revela nesta entrevista a SapoTV.

Como é que se preparou para fazer este «Rui», um homem que gosta de discos em vinil e que tem uma mulher meio maluca?

Este personagem não requer uma preparação muito grande. Acaba por ser uma pessoa bastante normal e podia ser qualquer um de nós.

O «Rui» vai ter que lidar com o drama de perder um filho. Para essa situação fez alguma pesquisa?

Essa situação vai ser mais complicada. Provavelmente, vou ter que me debruçar mais sobre esse assunto. Vai exigir mais de mim enquanto actor. Esse é o grande desafio do personagem. Ainda não passei os olhos pelos textos, mas sei que vai acontecer. Vai requerer mais trabalho e só espero que corra bem.

Como pensa preparar-se para essas cenas? Vai recorrer a alguma associação especializada?

Ainda não sei. O difícil é não me envolver com essas situações, porque certamente não deixarei de emocionar-me com a experiência e relatos dessas pessoas. Fiz há pouco tempo um trabalho sobre a morte, sobre o morrer, porque é um tema que envolve muitos tabus. As pessoas não gostam de falar sobre isso e eu não me sinto confortável em tomar a iniciativa de uma conversa sobre a matéria.

«Ester», a sua mulher na novela, vai traí-lo com «Danilo»?

A dada altura ele vai desconfiar de «Danilo» e vai haver muita zaragata. Não percebo porquê, até porque ele é enorme (risos). O Rui vai andar a questionar a mulher, as amigas da mulher e até a empregada. Vai inclusivamente correr atrás do rapaz para tirar satisfações. Não vai ser fácil até porque sei que estou a ser enganado, mas já não é a primeira vez que acontece isto a um personagem meu (risos).

O ponto da ruptura do seu personagem é quando perde o filho?

Sim, é aí que ele muda e põe em causa tudo o resto. O casamento dele com «Ester» já teve melhores dias e o «Rui» é o pai e a mãe de «Martim».

Tem estado sempre a trabalhar nos últimos tempos... Nada de férias?

Tinha planos para umas férias maravilhosas em Nova Iorque mas foram por água abaixo porque apareceram dois projectos engraçados. Um de teatro e outro de televisão para a RTP, um canal que tem uma política um bocado estranha. Já é segunda série que faço para a RTP que não sei se passa ou se vai passar algum dia. Fiz a segunda série de «Liberdade 21», que nunca chegou a passar, e fiz «Maternidade», outra coisa que não sei quando estreia. Se calhar dou azar (risos). Foi um trabalho muito engraçado, que exigiu mais preparação. Visitei maternidades, assisti a partos e conversei com obstetras.

(Entrevista: Joana Côrte-Real)