Rui Rio escolheu para primeiro tempo de antena um vídeo onde aparece rodeado de pessoas e bandeiras cor de laranja, com uma música fácil de trautear: “Como o rio corre para o seu mar, assim Rui Rio corre por Portugal”, reza o hino da campanha social-democrata às legislativas, que se realizam a 30 de janeiro.

O Chega escolheu para um dos primeiros tempos de antena a imagem do seu líder, André Ventura, que aparece várias vezes na imensidão do parlamento ou no meio da multidão, acenando com uma música em crescendo a acompanhar as promessas de um país melhor.

Também o PS centrou na figura de António Costa a maior parte do conteúdo de uma das mensagens no tempo de antena televisivo, ao mesmo tempo que uma voz desfia um rol de conquistas que colocaram Portugal na liderança, por exemplo, da vacinação contra a COVID-19.

Um sucesso interrompido pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022 – razão de ser das eleições antecipadas, que se disputam dentro de 10 dias, mas que Costa promete “continuar a avançar”.

A COVID-19 é, de resto, tema em vários spots dos candidatos, como a Aliança, que começa por recordar “a noite mais longa” que se deu aquando da eclosão da pandemia.

Também o Bloco de Esquerda agarrou o tema, com a porta-voz Catarina Martins a recordar que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) salvou os portugueses e que agora “é hora de salvar o SNS”.

A Alternativa Democrática Nacional (ADN) aborda a questão, num outro prisma, com o seu líder a filmar-se num passeio à beira-mar, recordando as “regras ridículas” que há um ano o impediam deste passeio, devido ao confinamento imposto pela pandemia – ao qual o presidente do partido, Bruno Fialho, se opõe.

A questão ambiental também merece “tempo de antena” nesta publicidade eleitoral televisiva, com o Livre a apresentar um spot com vários elementos do partido ligados em zoom e a defender as suas eco-propostas.

O mesmo acontece com o MPT - Partido da Terra que, através da aparição de vários dirigentes do partido em depoimentos sem grande elaboração técnica, vão alertando para os riscos da destruição ambiental e do desperdício.

A CDU também subscreve uma mensagem ecológica, chamando a atenção para a destruição de árvores e o seu impacto nefasto para o ambiente.

A IL apostou no drama da emigração imposta pela falta de resposta profissional em Portugal, com uma representação musicada a enfatizar o drama de quem tem de partir sem querer, com a promessa liberal de que é possível fazer melhor para os mais qualificados não terem de partir.

Com um enredo mais elaborado – e fictício – o líder do CDS aposta numa mini série que dá conta de um suposto reencontro da direita pós confinamento, através de três episódios que caricaturam a IL, o Chega e o PSD, a quem chama de "Prima Moderninha”, “Primo Sem Maneiras” e “Irmão Desaparecido em Combate".

Nesse “diálogo”, Francisco Rodrigues dos Santos tenta desmontar os argumentos dos adversários da direita, alegando que o CDS esta há frente há décadas nas matérias que os outros defendem, num cenário onde não faltam azulejos portugueses, broa e bagaço.

Nestes tempos de antena que começaram no domingo, outros partidos tentam passar a sua mensagem, como o Movimento de Alternativa Socialista (MAS), cuja líder esgrime argumentos para que o país deixe de ser dominado pelos “senhores dos mercados”.

O Nós, Cidadãos! chamou ao seu spot a necessidade de os movimentos “justos e corretos” darem as mãos para chegarem ao Parlamento, enquanto o líder do RIR, Vitorino Silva filmou-se a passear nas ruas, a ser abordado pelo povo numa caminhada que o levará, assim o pretende, até São Bento.

Para estas legislativas estão previstos 706,28 minutos de tempo de antena nos canais televisivos RTP, SIC e TVI. Os candidatos também usufruem de tempo de antena nas rádios.

Ao todo, o Estado vai pagar 2,3 milhões de euros por esta publicidade eleitoral.

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