Durante um almoço-debate promovido pelo "International Club of Portugal", num hotel de Lisboa, Miguel Poiares Maduro referiu que tomou a iniciativa de ir à Comissão de Ética da Assembleia da República para falar da RTP e que ficou acertada a data de 9 de outubro, "que era a data que também que convinha aos senhores deputados".

O ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional afirmou que quer apresentar, em primeiro lugar, aos deputados o "contrato de serviço público" da RTP e o "roteiro para o futuro da empresa em matéria de modelo de Governo" que tem estado a preparar, escusando-se, por isso, a avançar detalhes sobre esses projetos.

O ministro reiterou apenas que, "em matéria de modelo de governo" da RTP, defende "uma evolução no sentido de um modelo semelhante ao modelo da BBC" e que pretende atribuir "a um conselho ou a um órgão independente, que seja realmente percebido como independente, a capacidade não apenas de selecionar o conselho de administração, mas de exercer os poderes de supervisão efetiva sobre a empresa".

Miguel Poiares Maduro voltou a considerar que "a RTP tem uma dificuldade e tem a sua gestão e a sua perceção junto da opinião pública afetada por, bem ou mal, se entender muitas vezes que há um risco de governamentalização da empresa".

Segundo o ministro, é preciso "um modelo que afaste esse risco", porque "essa perceção existe" e "afeta a credibilidade do serviço público junto dos cidadãos" e cria uma "disfuncionalidade a nível de gestão dentro da empresa".

"Eu, seguramente, nunca interferi, isso não quer dizer que não exista essa perceção e não tenha ouvido de muitos responsáveis anteriores episódios de que teria existido algum tipo de interferência, que eu não sei se são verdadeiros ou não, portanto, não me interessa sequer especular sobre eles", observou.

"Outros detalhes, como aqueles que dizem respeito à RTP2, e que no fundo estão no projeto de concessão de serviço público que eu já tenho praticamente concluído, eu deixarem para apresentar em primeiro lugar aos deputados da Assembleia da República, a quem prometi que iria fazer isso no início de outubro, bem como aos trabalhadores da empresa, a quem também espero ir apresentar em primeira mão esse contrato de concessão de serviço público e o roteiro para aquilo que eu entendo ser a direção futura da empresa, em conjunto com o conselho de administração", acrescentou.

@Lusa