
Na próxima terça-feira, 15 de abril, a Filmin a estreia a série francesa "Nas Sombras". A produção é uma adaptação do romance "Dans l'Ombre", escrito por Edouard Philippe, primeiro-ministro de França entre 2017 e 2020 que foi braço direito de Emmanuel Macron, atual presidente da Câmara do Havre, e que já anunciou a sua candidatura às próximas eleições presidenciais de 2027 - e pelo eurodeputado Gilles Boyer em 2011.
"Nas Sombras" segue as pisadas de outras séries políticas francesas, como "Baron Noir", embora aquela se passe nos gabinetes dos representantes da esquerda francesa, esta centra-se na direita, numa altura em que a clássica divisão em dois blocos parece ter passado à história em França
"César Casalonga, assessor político, é totalmente dedicado ao seu chefe, Paul Francoeur, e está determinado a vê-lo tornar-se o próximo presidente de França. O seu objetivo concretiza-se quando Paul consegue a nomeação do partido, derrotando a candidata Marie-France Trémeau. No entanto, o seu mundo desaba quando recebe uma chamada anónima a informar que as primárias foram manipuladas", resume o serviço de straming.
Para Gilles Boyer, no "livro não havia uma cor política específica". "Funcionava no papel, mas para a série era necessário situar o enredo num universo político específico e foi por isso que propus que fosse o da direita. Também queríamos dizer que, no fundo, a divisão esquerda-direita não desapareceu para sempre. Parece improvável que regresse hoje, mas temos de nos lembrar que há 10 anos parecia improvável que deixasse de existir", acrescenta.
De acordo com a Filmin, o objetivo da série é dar a conhecer aqueles que controlam o funcionamento da máquina política por detrás das figuras políticas que todos conhecemos, e o jogo muitas vezes sujo em que se baseia. Mas para o realizador Pierre Schoeller não considera que se trate de uma série ancorada no presente da política francesa: "Na verdade, penso que é uma série bastante louca e que tem algumas coisas muito irrealistas".
"A ficção permite-nos, de certa forma, restabelecer a ligação entre o mundo político e os cidadãos. Afinal, o meu trabalho não é tornar as pessoas simpáticas ou antipáticas, mas sim explorar a humanidade", remata Pierre Schoeller.
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