Jorge, 33 anos, é o finalista mais maduro da Operação Triunfo e aquele que mais provas teve de prestar. O concorrente do Alentejo venceu duelo atrás de duelo, num total de quatro nomeações superadas, até chegar à grande final que irá disputar, este sábado, dia 22, com o amigo Diogo.

Foi muito duro chegar até aqui?
Foi muito duro, mas muito interessante. Foi, sobretudo, muito emotivo, embora ainda não tenha percebido muito bem o que significa chegar à final num programa destes. Quando entrei para a escola fui nomeado logo a seguir. Depois de ter passado essa nomeação, pensei: «Se ficar nos cincos primeiros já é fixe». Depois fiquei nos três e, agora, o segundo lugar já está garantido. É muito bom!

É importante ganhar?
Para mim não é importante. Não será isso que depois irá definir o que vamos fazer a seguir. Mas era importante chegar à final, até para não desiludir as pessoas que votaram em mim.

Já sabes o que vais fazer quando saíres daqui?
Ainda não. Há algumas propostas para fado, tenho alguns projectos com uma banda, tenho coisas pensadas para trazer alguma contemporaneidade ao canto alentejano... Ir para Boston (n.r. o prémio é um curso de música no Berklee College of Music) seria uma experiência riquísssima mas não irá acrescentar muito ao que quero fazer. Acho que o Diogo tem todas as condições para ganhar e é merecedor disso pelo percurso que fez. Tem muito mérito em estar aqui. Eu sou o segundo lugar.

Nestes três meses o que te custou mais ultrapassar?
Estar longe da minha terra, dos meus amigos, do meu filho e da minha família. Apesar de ir lá todas as semanas estou muito ligado à terra (Portel). Também me custou ver sair do concurso pessoas como a Lia, a Rita, o João Pedro, o Bruno Gomes...

E qual foi o melhor momento?
Há tantos! Mas acho que foi quando me disseram que estava apurado para os 15 finalistas. Estávamos em Sintra, o meu filho fazia um ano nesse dia e foi magnífico.

O resto dos alunos eram bastante mais novos. Como foi a relação com eles?
Acho que, no início, eles, a produção e até os professores olhavam para mim e pensavam: «O que está este tipo a fazer aqui? Deve ir cantar fado e pouco mais (risos)». Julgo que a pouco e pouco fui revelando aquilo que sou.

Vocês vão fazer história porque nunca nenhum homem tinha vencido a Operação Triunfo...
Pois é.... nunca tinha pensado nisso. Em primeiro lugar acho muito bem (risos), em segundo lugar acho que é merecido qualquer um de nós ganhar. Não querendo menosprezar as concorrentes femininas, acho que o grupo de rapazes era muito forte nesta edição.

(Texto: Inês Costa / Foto: Bruno Raposo)