A cantora de origem moçambicana Selma Uamusse “mobilizou, em 24 horas, dezenas de artistas e recursos humanos, técnicos e logísticos, para a realização de um espetáculo”, no dia 02 de abril, a partir das 21:00, ao qual se associa a RTP, lê-se no comunicado da promotora.

A "emissão especial irá decorrer entre as 10:00 e as 00:00 na RTP 1 e na Antena 1”, com o objetivo de “angariar o máximo possível de receitas, a distribuir equitativamente entre sete das associações que se encontram no terreno a prestar assistência às centenas de milhares de vítimas”, adianta o comunicado.

Há três categorias de bilhetes - espetáculo e bilhetes-donativo -, que estarão à venda a partir da próxima segunda-feira, e “haverá ainda uma linha de valor acrescentado, criada em especial para o efeito, e um ‘call center’ para que pessoas fora de Portugal ou que queiram contribuir com um valor superior, possam dar o seu contributo”.

As sete associações beneficiárias são a Fundação de Assistência Médica Internacional (AMI), Cáritas Portuguesa, Cruz Vermelha Portuguesa, Médicos Sem Fronteiras, Associação HELPO, a Fundação Girl Move, e a ACRAS - Associação Cristã de Reinserção e Apoio Social.

A associação cultural ZDB, em Lisboa, também anunciou hoje uma iniciativa solidária com a população de Moçambique, a realizar no domingo, que mobiliza cerca de 60 músicos e artistas entre os quais Selma Uamusse, B. Fachada, Gisela João, Lula Pena e Ricardo Toscano, com Pedro Sousa e Gabriel Ferrandini, Wasted Rita, Alice Geirinhas, Hugo Canoilas, António Poppe, Igor Jesus, Xavier Almeida, Joana Hintze, Filipe Sambado, Jasmim, Primeira Dama.

A iniciativa solidária decorrerá na tarde de domingo no terraço da ZDB, e tem por objetivo angariar verbas e donativos que serão entregues ao Grupo Unidos pela Beira, cujo trabalho "se tem revelado significativo na minimização dos efeitos da catástrofe", refere a associação cultural.

Na quinta-feira, o músico João Gil, em conjunto com a Cruz Vermelha Portuguesa, lançou também o desafio para a realização do "maior concerto do mundo", na internet, para angariação de fundos.

O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui aumentou hoje para 603 mortos, com a confirmação de mais 51 vítimas mortais no lado moçambicano.

As autoridades de Maputo confirmaram já o registo de 293 mortos, 1.511 feridos e 344 mil pessoas afetadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está a preparar-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infecciosas, bem como de sarampo, em extensas zonas do sudeste de África afetadas pelo ciclone Idai, em particular em Moçambique.

O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.

A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.

Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.

Portugal é um dos países que enviaram técnicos e ajuda para Moçambique, com dois C-130 da Força Aérea e dois aviões comerciais fretados pelo Governo e pela Cruz Vermelha Portuguesa.