“Vamos mostrar ‘A Fábrica de Nada’, do Pedro Pinho, que é sem dúvida o melhor filme português do ano, estreou no Festival de Cannes. É soberbo, tem três horas, mas não deixem que isso vos desencoraje”, disse o diretor artístico, Mike Goodridge.

O filme de abertura do festival, que decorre de 08 a 14 de dezembro, é “Paddington 2”, a segunda aventura do urso britânico, que ficou eternizado nos livros infantis de Michael Bond.

“Têm de ver este filme, é encantador. Queríamos um filme que agradasse a toda a gente, que toda a gente apreciasse, toda a família. Estes filmes [Paddington 1 e 2] são uma perfeição e o segundo ainda é melhor que o primeiro. Apesar de não ser um tipo de filme de festival, é um filme extremamente bonito, é o filme de família perfeito. É uma ótima maneira de começar esta celebração de filmes”, disse Goodridge à margem da apresentação do programa do festival.

O britânico explicou que optou por uma seleção de filmes que possa “apelar a uma audiência que goste de filmes artísticos, mas também que agrade a uma audiência mais larga”.

“Queremos que a audiência de Macau que não fique desencorajada por estes filmes, não pense que são demasiado artísticos, ou estrangeiros, ou seja o que for, mas que os abrace. Escolhemos filmes que contam grandes historias e têm temas universais (…) Selecionámos deliberadamente filmes que promovam a reflexão e sejam muito acessíveis em termos de narrativa. Se eu pudesse ver um filme filipino de sete horas, fá-lo-ia, mas não quero infligir isso a toda a gente porque sei que não é ao gosto de todos”, indicou.

Goodridge foi escolhido para liderar o festival em junho, depois de o anterior diretor artístico, Marco Muller, se ter demitido a menos de um mês do arranque da primeira edição.

Das mais de quatro dezenas de filmes em exibição, apenas dez vão estar em competição, incluindo “Custody” (França) e “Foxtrot” (Israel/Alemanha/França/Suíça), “grandes vencedores no Festival de Veneza”, salientou o diretor artístico.

O júri será composto pelo realizador francês Laurent Cantet, a atriz sino-americana Joan Chen, a realizadora austríaca Jessica Hausner, o escritor britânico Lawrence Osborne e o realizador de Singapura Royston Tan. O vencedor será premiado com 60 mil dólares (51 mil euros).

O filme português não vai a competição, estando inserido na secção “Panorama”, que inclui uma seleção de filmes premiados noutros festivais, este ano. Dez produções fazem parte desta secção, de países como China, Estados Unidos, França, Japão, Malásia, entre outros.

O festival organiza também “Aulas com os Mestres” e ‘workshops’, este ano com os realizadores de Hong Kong John Woo e Pang Ho Cheung. Ao mesmo tempo, 24 jovens cineastas de Macau vão participar num programa de formação em produção cinematográfica da Academia de Cinema Britânico, em que vão produzir duas curtas-metragens, que vão estrear no festival.

Além das categorias de “Competição” e “Panorama”, o festival inclui as secções “Gala”, em que vão ser exibidos “três dos mais importantes filmes do ano”, “Adagas Voadoras”, com “seis dos filmes mais inovadores e representativos do atual cinema asiático”, e “Fogo Cruzado”, composta por “seis filmes recomendados por realizadores de peso”, segundo a organização.

O Festival Internacional de Cinema de Macau é organizado pela Direção dos Serviços de Turismo e pela Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau.