Além deste filme, dirigido por
João Pedro Rodrigues e
João Rui Guerra da Mata, o DocLisboa apresentará igualmente o vencedor do Urso de Ouro da edição deste ano do Festival de Berlim,
«Cesare deve morire», de Paolo e Vittorio Taviani, no fecho do festival, a 28 de outubro, segundo o comunicado hoje divulgado pela Apordoc, que organiza o festival internacional de cinema documental de Lisboa.

A longa-metragem
«A Última Vez que Vi Macau», que esteve a concurso com outros 18 filmes, em Locarno, na Suiça, mereceu no sábado uma menção especial do júri pela “extraordinária personagem Candy”, tendo "ressoado como uma representação da imensa coragem do cinema português, em tempos em que os falhanços dos governos e dos sistemas sociais ameaçam as artes cinematográficas no mundo inteiro”.

De acordo com a apresentação do filme, a trama constrói-se "num plano de contaminação entre as memórias e fantasias de infância de João Rui Guerra da Mata", que viveu em Macau, "e a procura documental dos vestígios de uma presença nesse território", acabando por cruzar histórias pessoais dos dois realizadores.

«Cesare deve morire», de Paolo e Vittorio Taviani, faz "uma reatualização da peça 'Júlio César', de Shakespeare, criada a partir do encontro com os presos da cadeia de alta segurança Rebibbia, em Roma", lê-se na apresentação da obra.

O filme dos realizadores italianos terá estreia nas salas portuguesas de cinema a 01 de novembro, com distribuição de Alambique Filmes.

A próxima edição do DocLisboa vai ter duas novas secções - "Cinema de Urgência" e "Verdes Anos" -, sendo a primeira centradada no testemunho direto de acontecimentos, e a segunda dedicada à produção de cinema documental nas escolas, segundo a pré-apresentação feita em julho.

As competições nacional e internacional de curtas e longas-metragens vão manter-se, assim como as secções "Riscos", "Investigações" e "Heart Beat".

A décima edição do DocLisboa vai ainda incluir duas retrospetivas: uma dedicada à realizadora belga Chantal Akerman, que questiona a relação do documentário com outras artes; e outra centrada no cinema coletivo, emergente das convulsões sociais e políticas de maio de 1968, comissariada pelo crítico italiano Federico Rossin.

Com uma nova direção partilhada entre quatro pessoas - composta pela realizadora Susana de Sousa Dias, a produtora Ana Jordão, a programadora Cinta Pelejà e a investigadora Cíntia Gil -, o DocLisboa conta ainda com o crítico, ensaísta e sociólogo Augusto M. Seabra como programador associado.

A programação completa do DocLisboa vai ser apresentada em setembro.