A caminho dos
Óscares 2021
As atrizes Aisling Bea e Susan Wokoma anunciaram esta terça-feira à tarde (19), em direto do Royal Albert Hall em Londres, as nomeações para os prémios da Academia de Cinema e Televisão Britânica, popularmente conhecidos como os "Óscares britânicos".
As nomeações para os BAFTA são um dos momentos-chave da temporada de prémios, uma vez que muitos dos sete mil membros da Academia de Cinema e Televisão Britânica também pertencem à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que vota os Óscares (cujas nomeações serão anunciadas na próxima segunda-feira, dia 15).
Segundo as estatísticas, 51 dos 55 nomeados pelos BAFTA repetiram a nomeação desde que os Óscares aumentaram em 2009 o número de candidatos a Melhor Filme até dez (a Academia britânica mantém nos cinco).
No entanto, este ano é provável que as nomeações sejam mais diferentes após as mudanças instituídas pela Academia Britânica para ter mais diversidade: júris formados por sete a 12 pessoas determinou as nomeações nas categorias de interpretação e realização (todas expandida para seis), a partir de listas de finalistas previamente divulgadas.
Com sete nomeações, "Nomadland - Sobreviver na América" aumenta o favoritismo a caminho dos Óscares na atual temporada de prémios, mas partilha a liderança com o grande fenómeno britânico "Rocks", uma das muitas surpresas (pelo número de nomeações) de uma lista com muita diversidade que deixou de fora vários favoritos das últimas semanas.
Com o sistema dos júris, "Nomadland" é mesmo o único filme da temporada de prémios que conseguiu todas as nomeações nos BAFTA que eram esperadas: Filme, Realização (Chloé Zhao), Atriz (Frances McDormand) e Argumento Adaptado, além de Fotografia, Montagem e Som.
Já "Mank", "Os 7 de Chicago", "Uma Miúda com Potencial", "Minari", "Ma Rainey: A Mãe do Blues", "O Pai", "Borat, O Filme Seguinte", "Uma Noite em Miami...", "Som do Metal", "Da 5 Bloods" ou "Judas e o Messias Negro" surgem nas nomeações, mas falharam categorias importantes.
Mais diversidade, menos previsibilidade
Um ano após ter sido criticada pela falta de diversidade nas nomeações para os atores e a presença apenas de homens na corrida a Melhor Realização, os responsáveis pela organização dos BAFTA destacaram que se passou a "uma lista refrescante e que representa uma mudança a sério", com os prémios britânicos a conseguirem "ter a sua própria identidade", acrescentando que foi um ano com muito cinema de qualidade apesar do encerramento das salas por causa da pandemia.
No seu site, os BAFTA também chamaram a atenção para 21 dos 24 nomeados nas categorias de interpretação serem estreantes e quatro dos seis realizadores mulheres, um feito histórico.
A organização não o mencionou, mas a imprensa especializada também já contabilizou que 15 dos 24 atores são de origem negra ou asiática.
Mas esta aposta em diversidade e "apoiar novos talentos" vai abrir a porta às críticas pelas omissões, como as de Carey Mulligan para Melhor Atriz e Emerald Fennell para Melhor Realização, já que o seu filme "Uma Miúda com Potencial" está entre os principais nomeados.
Mas a maior "vítima" desta fase e do sistema de júri terá sido "Mank", de David Fincher, em grande destaque com seis nomeações mas em categorias técnicas: ficou de fora na corrida para Melhor Filme, Realização, Ator (Gary Oldman) ou Atriz Secundária (Amanda Seyfried).
Por outro lado, a forte presença nos BAFTA de "O Mauritano" acaba por ser a maior surpresa pois o filme permanece uma das incógnitas para as nomeações dos Óscares: está nomeado para Melhor Filme, Filme Britânico, Ator (Tahar Rahim), Argumento Adaptado e Fotografia.
Além de "O Mauritano" e "Nomadland", estão nomeados para Melhor Filme "O Pai", Uma Miúda com Potencial" e "Os 7 de Chicago".
Além de Chloé Zhao, Thomas Vinterberg ("Mais Uma Rodada"), Shannon Murphy ("Babyteeth"), Lee Isaac Chung ("Minari"), Jasmila Žbanić ("Quo Vadis, Aida?") e Sarah Gavron ("Rocks") estão na corrida para Melhor Realização.
Juntamente com Tahar Rahim, a outra surpresa nas nomeações para Melhor Ator é Adarsh Gourav ("O Tigre Branco"), que se juntam aos esperados Chadwick Boseman ("Ma Raine"), Anthony Hopkins ("O Pai"), Riz Ahmed ("Som do Metal) e Mads Mikkelsen ("Mais Uma Rodada").
Para Melhor Atriz, Bukky Bakray ("Rocks"), Radha Blank ("The Forty-Year-Old Version"), Wunmi Mosaku ("His House") e Alfre Woodard ("Clemency") juntam-se às previsíveis presenças de Vanessa Kirby ("Pieces of a Woman") e Frances McDormand.
Entre os atores secundários estão os esperados Daniel Kaluuya ("Judas e o Messias negro") e Leslie Odom Jr. ("Uma Noite em Miami..."), além do jovem Alan Kim ("Minari") e o veterano Paul Raci ("Som do Metal"). As maiores surpresas são Barry Keoghan ("Calm With Horses"), um dos grandes talentos da nova geração de atores britânicos, e Clarke Peters ("Da 5 Bloods").
Nas atrizes secundárias, surge a única nomeação de "Borat, O Filme Seguinte, para Maria Bakalova, a quem se junta Youn Yuh-jung (a Meryl Streep do cinema coreano") por "Minari". As maiores surpresas são Dominique Fishback ("Judas e o Messias Negro"), Niamh Algar ("Calm With Horses"), Kosar Ali ("Rocks") e Ashley Madekwe ("County Lines").
"Mais Outra Rodada" (Dinamarca) e "Minari" (EUA, mas falado principalmente em coreano) estão nomeados também para Melhor Filme Estrangeiro, uma categoria que inclui ainda "Os Miseráveis" (França), "Dear Comrades!" (Rússia) e "Quo Vadis, Aida?" (Bósnia).
Além de estarem nomeados para Melhor Filme, "O Pai", "O Mauritano" e "Uma Miúda com Potencial" repetem-se para Melhor Filme Britânico, uma categoria que foi expandida de seis para 10 nomeados para "destacar o ano forte para o talento britânico". Concorrem aqui ainda "Rocks", "A Grande Escavação", "Calm With Horses", "His House", "Limbo", "Mogul Mowgli" e "Saint Maud".
Para Melhor Filme de Animação apenas estão "'Bora Lá", "Soul - Uma Aventura com Alma" e "Wolfwalkers".
A 74ª cerimónia dos prémios BAFTA a partir do Royal Albert Hall será virtual e dividida por 10 e 11 de abril: no sábado serão entregues os prémios técnicos e no domingo os das outras categorias.
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