O escândalo sexual que envolveu a FOX News vai chegar ao cinema graças a Charlize Theron, avançou o Hollywood Reporter.

Pode chamar-se o primeiro grande projeto "#MeToo" e tem tudo para ser controverso: ainda sem título, vai contar a queda em desgraça de Roger Ailes, o controverso CEO fundador da FOX News.

Determinante para tornar o canal o sucesso que é na atualidade, ele lançou ou consolidou as carreiras de personalidades como Megyn Kelly, Sean Hannity, Bill O’Reilly e Gretchen Carlson. Foi ainda uma figura proeminente no circuito conservador, ajudando a eleger os presidentes republicanos Richard Nixon, Ronald Reagan, George Bush e Donald Trump.

No entanto, as acusações de assédio sexual feitas por vários jornalistas levaram à sua queda no espaço de três semanas em julho de 2016, mais de dois anos antes das denúncias que envolveram o produtor Harvey Weistein.

Além de ser uma das produtoras, Charlize Theron vai interpretar Megyn Kelly, a antiga advogada que se tornou uma famosa apresentadora na FOX News ao longo de uma década e recusou ceder às pressões para apoiar Ailes quando surgiram as primeiras acusações, acabando por confirmar mais tarde na sua autobiografia ter sido também assediada.

O argumentista é Charles Randolph, que ganhou um Óscar pelo argumento de "A Queda de Wall Street" e, à semelhança desse filme, este projeto não terá um protagonista central, valerá pelo coletivo: também serão "personagens" comentadores famosos do canal como Gretchen Carlson, Greta Van Susteren, Bill O’Reilly, além do próprio presidente da FOX Rupert Murdoch.

Na realização estará Jay Roach, que depois de dirigir a saga "Austin Powers - O Agente Misterioso" e outras comédias, fez uma transição com sucesso para filmes mais dramáticos e de tom marcadamente político.

Destacam-se o telefilme "Mudança de Jogo" (2012), retrato dos bastidores da candidatura republicana à presidência dos EUA liderada pelos senadores John McCain e Sarah Palin contra Barack Obama, e "Trumbo" (2015), sobre o argumentista de Hollywood que ficou na lista negra após ser acusado de ser comunista na década de 1950.