
As autoridades chinesas cancelaram abruptamente a estreia no país de "Era Uma Vez... em Hollywood", que estava marcada para 25 de outubro.
Segundo apurou o The Hollywood Reporter (THR), o filme de Quentin Tarantino foi suspenso indefinidamente, colocando em causa as ambições do estúdio e do parceiro de financiamento chinês para os resultados de bilheteira no segundo maior mercado de cinema do mundo.
Como é habitual, não foi dada nenhuma justificação oficial, mas o THR indica que o que circula no interior da indústria chinesa é que a decisão surgiu por causa do retrato controverso de Bruce Lee, uma das figuras reais que surge no filme num papel secundário.
Em "Era Uma Vez... em Hollywood", Bruce Lee (interpretado por Mike Moh), desafia o duplo Cliff Booth (Brad Pitt) para uma luta informal durante um intervalo de rodagem.
Segundo o THR, a filha da lenda fez um apelo direto para que fossem feitas alterações à comissão de cinema chinesa, que é o organismo responsável pela censura.
Em agosto, Shannon Lee disse que o filme mostrava o pai como "um cretino arrogante que estava cheio de basófia e não alguém que teve de lutar o triplo de todas aquelas pessoas para conquistar o que era dado com naturalidade a tantos outros".
Numa conferência de imprensa em Moscovo, Tarantino respondeu a essas críticas, afirmando que “Bruce Lee era um tipo um pouco arrogante".
"A forma como ele falava… eu não inventei a maioria daquilo. Eu ouvi-o dizer aquele tipo de coisas, com aquele sentido. Se as pessoas estão a dizer 'Bom, ele nunca disse que conseguia derrotar o Muhammad Ali', bom, sim, ele disse isso, sim. Não só ele disse isso, mas a mulher dele, a Linda Lee, também o disse na primeira biografia que eu alguma vez li, que foi 'Bruce Lee: The Man Only I Knew', e ela disse absolutamente isso”, explicou o realizador.
Segundo o THR, o financiador chinês do filme está agora a trabalhar com Tarantino numa luta contra o tempo para ter uma nova montagem do filme para submeter a novamente a aprovação e salvar a estreia.
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