O realizador de cinema Kambuzia Partovi, argumentista do único filme iraniano que ganhou um Leão de Ouro em Veneza, morreu esta terça-feira (24), vítima de COVID_19, anunciou o órgão de cinema do país.
Partovi, um dos "cineastas mais influentes do cinema infantil iraniano", morreu no hospital Dey de Teerã aos 64 anos, disse a fundação Farabi numa mensagem de condolências disponibilizada no seu "site".
Nascido em Rasht, no norte do Irão, Partovi começou a sua carreira como cineasta na década de 1980 com "Mahi" [O Peixe, em tradução literal] e rapidamente se tornou uma figura importante do cinema infantil do seu país, mas não se limitou a este género.
Como argumentista, trabalhou com vários cineastas iranianos de renome como Abbas Kiarostami, Jafar Panahi e Majid Majidi.
Ganhou quatro prémios de melhor argumento no festival Fajr de Teerão, o maior número de prémios entre os seus pares.
Também escreveu o argumento do filme épico de 2015 "Muhammad", o mais caro da história do cinema iraniano.
Este filme biográfico, que retrata a infância do profeta muçulmano, foi criticado como um "ato hostil" e uma "distorção do islão" pelo maior clérico da Arábia Saudita, um rival regional do Irão.
Mas o grande momento ocorreu em 2000, quando escreveu "O Círculo", que abordava as dificuldades enfrentadas pelas mulheres iranianas.
Realizado por Jafar Panahi, foi o primeiro e até agora o único filme iraniano a ganhar o Leão de Ouro no festival de cinema de Veneza.
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