Será que Alfonso Cuarón arrasará nos Óscares com a sua obra-prima, "Roma"? Será que o prémio mais importante da noite, o de Melhor filme, irá para o mexicano e pela primeira vez para um filme noutro idioma que não o inglês?

Esta é  a grande questão para a cerimónia de domingo à noite em Los Angeles, mas há mais.

Netflix fará história?

O gigante do streaming Netflix pode dar um grande salto na sua cruzada para ser o rei da distribuição e fornecedor de conteúdos de qualidade original se "Roma" conquistar seu primeiro Óscar de Melhor Filme.

ÓSCARES 2019

  • São oito os títulos na corrida a Melhor Filme: "Roma" e "A Favorita" (dez nomeações), "Assim Nasce Uma Estrela" e "Vice" (oito), "Black Panther" (sete), "BlacKKKlansman: O Infiltrado" (seis), "Bohemian Rhapsody" e "Green Book: Um Guia Para a Vida" (cinco)
  • A 91ª cerimónia realiza-se a 24 de fevereiro no Dolby Theatre de Los Angeles, às 17 horas locais (uma da manhã em Portugal)
  • Pela primeira vez desde 1989, não haverá anfitrião
  • Os Óscares honorários desta edição já foram entregues à atriz Cicely Tyson, aos produtores Kathleen Kennedy e Frank Marshall, ao compositor Lalo Schifrin e o relações públicas Marvin Levy

"Roma" recebeu 10 nomeações, incluindo categorias importantes como realização e atrizes.

A Amazon conseguiu uma nomeação para Melhor Filme em 2017 com "Manchester by the Sea", mas não ganhou.

A estatueta para "Roma" também seria histórica porque nenhum filme não falado em inglês levou o prémio mais importante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Seria a cereja do bolo para uma temporada bem sucedida para Cuarón, que se inspirou para produzir o filme em preto e branco na sua mãe, na sua "babbysitter" e na sua infância no México turbulento da década de 1970.

Quatro das dez nomeações para "Roma" são para ele: Melhor Filme como produtor, Realização, Argumento Original e Fotografia.

Um seleto grupo conseguiu este número de nomeações: Warren Beatty, com "O Céu Pode esperar" e "Reds", e os irmãos Joel e Ethan Coen por "Este País Não É Para Velhos".

Glenn Close finalmente conquistará a estatueta?

Glenn Close é uma atriz veterana, com experiência no teatro, no cinema e na televisão, que soube conquistar o respeito dos seus colegas.

Tem três Emmys, três Globos de Ouro e três Tonys, mas nunca ganhou um Óscar.

Todos os prognósticos indicam que isto vai mudar este ano, com sua sétima nomeação.

Close, de 71 anos, recebeu críticas díspares pela interpretação de Joan Castleman, que se vê numa encruzilhada no casamento com um escritor (Jonathan Pryce) em "A Mulher".

Até agora tem arrasado nesta temporada de prémios, incluindo o Globo de Ouro e o do Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG), que dividiu com Lady Gaga.

Onde fica Spike Lee?

Spike Lee ainda se ressente do que vê como um dos maiores desprezos de parte da Academia: dar o Oscar de 1989 a "Miss Daisy" e nem sequer nomear o seu filme "Não Dês Bronca".

Mas este ano, o seu "BlacKkKlansman: O Infiltrado" está na corrida a seis prémios, três dos quais podem ir para o próprio Lee: Melhor Filme (produtor), Realização e Argumento Adaptado.

Lee ganhou um Óscar honorário recentemente pela carreira, mas nunca levou para casa um prêmio em disputa. Muitos esperam que a história sobre um polícia negro infiltrado na Ku Klux Klan vá mudar esta história.

Óscares sem anfitrião: melhor ou pior?

Pela primeira vez em 30 anos, a cerimónia não terá anfitrião.

A Academia tinha convidado Kevin Hart, mas desistiu depois das críticas por mensagens das redes sociais homofóbicas que escreveu anos atrás.

Os produtores decidiram não ter mestre de cerimónias pela primeira vez desde 1989, ano lembrado precisamente pelo desastre do dueto musical entre o ator Rob Lowe e... a Branca de Neve.

Será que a ausência vai originar uma cerimónia mais curta, que é o que o canal ABC e membros da indústria têm pedido?

Luxo musical

Lady Gaga, Queen com Adam Lambert, Bette Midler: as grandes estrelas da música serão o ponto central dos Óscares, para interpretar as canções nomeadas e para entreter o público.

Gaga e Bradley Cooper vão interpretar a balada "Shallow" de "Assim Nasce uma Estrela" ao vivo pela primeira vez na televisão.

Midler cantará "The Place Where Lost Things Go" de "O Regresso de Mary Poppins" e a vencedora do Óscar Jennifer Hudson interpretará "I'll Fight", do documentário "RBG", sobre a magistrada do Supremo Tribunal dos EUA Ruth Bader Ginsburg.

Soma-se, ainda, o grupo Queen com uma atuação a pretexto de "Bohemian Rhapsody", a história do nascimento e estrelato dos Queen, que tem cinco nomeações, incluindo a de Melhor Filme e Ator (Rami Malek como Freddie Mercury).

Saiba tudo sobre os prémios da Academia no especial "A Caminho dos Óscares" do SAPO Mag e na noite deste domingo fique acordado connosco e siga o nosso acompanhamento ao minuto.