A sátira é um dos elementos mais nobres da comédia. No cinema, para além do campo político, ela tem-se virado essencialmente para o imaginário popular... que é criado pelo próprio cinema. Assim, os filmes que parodiam outros filmes ou outros géneros cinematográficos têm estado frequentemente na preferência do público, que reconhece facilmente todas as referências.

Nos anos 40 e 50, a dupla de humoristas
Bud Abbott e
Lou Costello eram os representantes desse tipo de comédia, por vezes com a participação direta de alguns dos atores visados na paródia. Na década de 70, além das fitas britânicas da série «Carry On...» que por vezes focavam a Sétima Arte, a paródia ganhou cartas de nobreza com a obra de
Mel Brooks, em fitas como
«Balbúrdia no Oeste» ou
«Frankenstein Júnior», que moldariam tudo o que veio a seguir.

Em 1980, chegou a vez do trio ZAZ (
Jim Abrahams,
David Zucker e
Jerry Zucker) estilhaçar as convenções do género com
«Aeroplano», e de lá para cá, o número de paródias nunca mais parou de crescer, com séries como a de
«Scary Movie» a conseguirem a proeza de parodiar filmes que estrearam poucos meses antes. E, por uma vez, com a proeza dos títulos em português conseguirem ser tão ou mais criativos que os originais.