Adiado sucessivamente por causa da COVID-19 de 27 de março para 24 de julho e depois 21 de agosto antes de ser retirado da agenda de estreias nas salas de cinema, "Mulan" será lançado na plataforma de streaming Disney+ em setembro, anunciou o estúdio esta terça-feira (4).
Com as salas de cinema fechadas nos EUA e em boa parte do mundo, a Disney desistiu da estreia do "blockbuster" no grande ecrã, o que é uma decisão histórica para o estúdio e a sua estratégia de filmes de grande orçamento.
A decisão inédita - descrita pelo CEO Bob Chapek como pontual para uma superprodução da Disney - é o mais recente golpe para as redes de cinema, que já vêm sofrendo com a pandemia.
"Mulan", uma versão em imagem real da animação de 1998 sobre uma lendária guerreira chinesa, ficará disponível a partir de 4 de setembro para assinantes do Disney+ dispostos a pagar mais 29,99 dólares (cerca de 25,4 euros). Entre os atores estão Donnie Yen, Jet Li, Jason Scott Lee e Gong Li, além de Liu Yifei como a heroína, escolhida entre mais de mil candidatas.
"Vemos isto como uma oportunidade de levar esse filme incrível a um público amplo, atualmente impossibilitado de ir ao cinema, além de valorizar e aumentar ainda mais a atratividade de uma assinatura do Disney+", salientou Chapek.
O filme pode vir a ter estreia nos cinemas nos países onde ainda não está anunciada o lançamento do Disney+, nomeadamente na China.
A chegada da plataforma a Portugal está confirmada para 15 de setembro, com um preço de 6,99 euros por mês e 69,99€ pela subscrição anual.
VEJA O TRAILER DE MULAN.
Antes da pandemia, os estúdios normalmente esperavam 90 dias a partir do lançamento nos cinemas para então lançarem os grandes filmes nas plataformas digitais.
Durante a crise, porém, diversas longas-metragens importantes, incluindo "Trolls 2", arrecadaram milhões de dólares ao abandonarem a estreia no grande ecrã e irem diretamente para o streaming, muitas vezes com preços mais elevados.
De acordo com Chapek, a Disney vê "Mulan" como uma exceção e não pretende fazer deste um novo modelo de negócios.
Porém, este responsável acrescentou que a experiência vai proporcionar informações "muito interessantes" sobre a disposição dos consumidores de desembolsar 30 dólares para assistir a um novo título importante em streaming.
Se a ação for bem-sucedida, o preço vai ajudar a "recuperar parte do investimento" numa produção "bastante cara", afirmou o CEO. Estima-se que "Mulan" custou cerca de 200 milhões de dólares.
Quando o filme estava anunciado para estrear nos cinemas em março, a Disney chegou a fazer a antestreia mundial na passadeira vermelha em Hollywood. Era uma das apostas dos grandes estúdios americanos e dos cinemas para reconquistar os espectadores cautelosos por causa da pandemia.
Agora, essa responsabilidade cai ainda mais sobre "Tenet", o tão esperado épico de ficção científica de Christopher Nolan, será lançado no mercado internacional em 26 de agosto, antes de chegar a um número limitado de salas nos EUA em setembro.
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