"É ficção. (…) Para quem gosta de comida para abutres, é um bom filme", disse Bolsonaro a jornalistas e apoiantes que o aguardavam em frente ao Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília.

O documentário da diretora brasileira Petra Costa conta de um ponto de vista pessoal a destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff (2011-2016) e a eleição de Bolsonaro. O filme está disponível na Netflix desde junho passado.

Quando questionado por um repórter se havia visto o documentário, Bolsonaro confessou que não viu o filme e questionou: "Por que eu perderia o meu tempo com um trabalho tão porco?".

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Já a cineasta Petra Costa escreveu nas redes sociais, na segunda-feira, que o seu filme é relevante “num momento em que a extrema-direita está se espalhando como uma epidemia”.

“Esperamos que este filme possa nos ajudar a entender o quão crucial é proteger as nossas democracias", afirmou a realizadora no Twitter, após o anúncio da nomeação do documentário, que provocou reações divergentes no Brasil.

O secretário especial de Cultura do Governo, Roberto Alvim, declarou ao jornal Folha de S. Paulo que "se estivesse numa categoria de ficção, a indicação estaria correta".

Já a ex-Presidente Dilma Rousseff congratulou-se com a nomeação, afirmando numa nota que o filme denuncia ao mundo o golpe do qual ela considera ter sido vítima.

Apesar dos repetidos ataques do Governo Bolsonaro contra atores e o setor cultural, o cinema brasileiro está em ascensão: no festival de Cannes em 2019 o filme "Bacurau" ganhou o prémio do júri, enquanto "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão" ganhou o prémio na categoria Um Certo Olhar.