O Festival de Cinema de Berlim está nos últimos preparativos: a 68ª edição arranca esta quinta-feira com dezenas de filmes e promete estender a passadeira vermelha para receber as suas estrelas.
A secção competitiva, cujo júri é presidido por Tom Tykwer, apresenta 19 filmes, entre os quais "Isle of Dogs", de Wes Anderson - que abrirá o festival -, "Don't worry, he won't get far on foot", de Gus Van Sant, "Eva", de Benoit Jacquot, "Mug", de Malgorzata Szumowska, "Pig", de Mani Haghighi, "The Prayer", de Cedric Kahn, e "Utoya 22. Juli", de Erik Poppe.
Fora de competição, serão mostrados, por exemplo, "7 days in Entebbe", do brasileiro José Padilha, "The Looming Tower", de Alex Gibney, "La librería", de Isabel Coixet (vencedor dos últimos prémios Goya), e "Songwriter", de Murray Cummings sobre o músico Ed Sheeran.
O ator norte-americano Willem Dafoe vai receber um prémio de carreira e que terá uma curta retrospetiva do trabalho no cinema.
O evento será ainda um fórum para discutir discriminação, assédio e abuso sexuais.
"A Berlinale está fortemente comprometida em lutar pela autodeterminação sexual e contra qualquer forma de abuso", afirmou a direção do festival quando anunciou a programação completa.
A par de vários debates agendados, o festival propõe ainda aconselhamento e apoio gratuito a todos os artistas ou espectadores que quiserem falar sobre situações de discriminação e abuso.
A presença portuguesa
Dos mais de 300 filmes escolhidos para esta edição, destacam-se as três curtas-metragens portuguesas na competição pelo Urso de Ouro: "Madness", de João Viana, "Onde o verão vai (episódios da juventude)", de David Pinheiro Vicente, e "Russa", de João Salaviza e Ricardo Alves Jr..
O festival recorda que nos últimos seis anos o Urso de Ouro de melhor curta-metragem foi atribuído três vezes ao cinema português, a Leonor Teles, João Salaviza e Diogo Costa Amarante.
"A terceira geração de realizadores do cinema português contemporâneo percebeu que a ficção dá uma grande liberdade narrativa na forma como se relaciona com a atualidade", afirmou Maike Mia Hohne, curadora da competição de curta-metragens.
O júri desta competição integra o realizador Diogo Costa Amarante, enquanto a diretora do Doclisboa, Cíntia Gil, vai fazer parte do júri de documentário.
Além daqueles três filmes, haverá cinema português no programa "Fórum", com as longas-metragens "Our madness", de João Viana, "A Árvore", de André Gil Mata, e "Mariphasa", de Sandro Aguilar.
Transversal a todas as categorias, será atribuído o prémio GWFF, para primeiras obras, no valor de 50.000 euros, para o qual está nomeado o filme de André Gil Mata.
A série policial "Sul", de Edgar Medina e Guilherme Mendonça, com realização de Ivo M. Ferreira, será apresentada no mercado de coproduções.
No programa paralelo Berlinale Talents, estará o realizador André Santos e no "Project Labs" este cineasta apresentará o projeto do documentário "Na Floresta" (título provisório), coassinado com Marco Leão.
A 68.ª edição do Festival de Cinema de Berlim termina no dia 25 de fevereiro.
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