A exibiçção dos filmes em disputa pelo Leão de Ouro no Festival de Veneza terminou esta sexta-feira (7) com "Zan" ("Matar"), um filme pacifista do cineasta japonês Shinya Tsukamoto.

O último dos 21 filmes selecionados para a competição é uma ode pacifista narrada através da crise de um guerreiro samurai no final do século XIX, que rejeita a guerra e a violência.

"A espada do meu samurai representa todas as armas do mundo. Com o meu filme, quis expressar a minha preocupação com a situação atual. É um grito contra a violência", explicou o realizador premiado em 2002 em Veneza por "A Snake of June" e que vimos à frente das câmaras em "Silêncio" (2016), de Martin Scorsese.

Considerado um dos cineastas mais originais da atualidade, transformando cada filme numa experiência que não se restringe ao visual, autor entre outros de "Tetsuo - O Homem de Aço" (1989), ele fascina agora com a transformação do samurai Tsuzuki e a sua recusa em matar.

"Zan" foi aplaudido desde o início da sua projeção e respeita o ritmo frenético do pai do "cyberpunk", dividido entre espetaculares batalhas e as preocupações do seu guerreiro frágil e poético.

"A ideia surgiu-me quando imaginei a reação de um jovem dos nossos dias na época dos samurais. Ele seria capaz de matar sem pensar? Travar um duelo?", contou.

Nesta ocasião, como noutros filmes, o próprio Shinya Tsukamoto assume o papel do samurai Sawamura, que recruta combatentes para a guerra civil que está prestes a explodir no Japão.

O Festival de Veneza termina no sábado com o anúncio do palmarés, liderado pelo Leão de Ouro.