O Festival de Cannes planeia rejeitar delegações oficiais russas e também "não aceitará a presença de qualquer órgão relacionado com o governo russo", enquanto durar a invasão da Ucrânia por parte de Moscovo - anunciaram os seus organizadores em comunicado.

Neste momento, o festival não se junta ao boicote do cinema da Rússia, que foi pedido pela Academia de Cinema da Ucrânia e apoiado pelo Academia de Cinema Europeia.

"A menos que a guerra de agressão seja interrompida com condições satisfatórias para o povo ucraniano, decidimos não receber delegações oficiais procedentes da Rússia, nem aceitar a presença de qualquer órgão relacionado com o governo russo", informou o festival de cinema mais importante do mundo, que acontece entre 17 e 28 de maio.

Vale a pena recordar que a primeira edição do evento de Cannes deveria ter ocorrido 1 de setembro de 1939, o dia da invasão da Polónia pela Alemanha, o que levou ao seu cancelamento. Dois dias depois, a França e o Reino Unido declararam guerra à Alemanha, adiando por alguns anos os planos dos organizadores.

"Fiel à sua história, que começou em 1939 resistindo às ditaduras fascistas e nazis, o Festival de Cannes estará sempre ao serviço dos artistas e profissionais do cinema, cujas vozes se erguem para denunciar a violência, a repressão e as injustiças, e para defender a paz e a liberdade", destaca o comunicado do festival.