No site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa recordou António-Pedro Vasconcelos, que morreu esta quarta-feira, dia 6 de março, aos 84 anos.
No texto, o Presidente da República começa por recordar que, "a partir de finais dos anos 1960, António-Pedro Vasconcelos foi um dos críticos e cineastas que prolongaram a esperança num cinema novo português, desalinhado do regime e alinhado com o cinema europeu".
"Dirigiu documentários, uma ficção, e depois da Revolução esteve com o cinema militante. Na sequência de 'O Lugar do Morto' (1984), à época o maior sucesso de bilheteira nacional, António-Pedro Vasconcelos viria a destacar-se como defensor e praticante de um cinema de grande público, projeto que nunca abandonou e que se tornaria uma polémica recorrente, pois dizia respeito tanto aos modos de financiamento como às próprias ideias de cinema e de público", pode ler-se no comunicado.
Marcelo Rebelo de Sousa recorda o realizador como um "homem culto, frontal, interventivo e intempestivo", que "gostava de literatura, da clareza e acutilância da prosa de Stendhal, dos grandes mestres do cinema clássico americano, e que se envolveu em campanhas políticas e em combates cívicos, ligados por exemplo à RTP e à TAP".
"Também professor, cronista e ensaísta, esteve ligado ao decisivo Centro Português de Cinema e à Associação Portuguesa de Realizadores. Em tudo o que fez, foi figura destacada no nosso espaço público do último meio século. Com antiga e grande amizade, o Presidente da República manifesta à Família de António-Pedro Vasconcelos o seu pesar e o seu reconhecimento", remantou.
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