Um gigantesco artigo com entrevista publicado esta quinta-feira pela revista Rolling Stone faz um retrato perturbador e ainda mais extravagante de Johnny Depp.
Foi o seu advogado que contactou a revista com a ideia de escrever um artigo sobre " a injustiça que se está a fazer à reputação" de Depp nos últimos meses, mas pelo tom e reações, os resultados são duvidosos.
É o próprio autor do artigo, que passou 72 horas com o ator de 55 anos, a comparar a sua atual existência aos últimos tempos de vida de Elvis Presley: envelhecido e a viver das memórias de uma fama a desvanecer-se, distante do mundo real numa mansão protegida e com uma existência solitária, rodeado apenas pelas pessoas a quem paga os salários.
Pelos parágrafos, Depp surge sempre a beber vinho tinto e a fumar erva, ficando implícito que usa outras substâncias bem mais fortes.
No auge da sua carreira, quando fazia filmes da saga "Piratas das Caraíbas" uns atrás dos outros, o ator fazia gastos extravagantes (dois milhões de dólares por mês) e o tema principal do artigo é batalha jurídica em que está envolvido com os antigos gestores dos seus rendimentos e como desapareceu quase tudo o que juntou: 650 milhões de dólares.
Neste perfil que a revista Variety diz ter alarmado os leitores e Hollywood, Depp chega a corrigir mesmo informações no processo: foram cinco e não três milhões de dólares para lançar as cinzas do escritor Hunter S. Thompson em Aspen (Colorado) porque quis que fosse de uma altura maior do que a Estátua da Liberdade.
E o dinheiro em vinho?
"É insultuoso dizer que gastei 30 mil dólares em vinho. Porque foi muito mais", garante.
Uma vez que o ator assinou um acordo de confidencialidade, apenas alguns parágrafos falam sobre o divórcio com Amber Heard em 2016 e as acusações de alegava violência doméstica, mas reconhece que na época desceu "tão baixo quanto penso que poderia ter conseguido".
Depp chama ainda ao produtor caído em desgraça Harvey Weinstein um "cretino", não pelos escândalos sexuais, mas por ter "enterrado" o seu filme "Homem Morto" (1995) porque o realizador Jim Jarmusch recusou ceder o controlo criativo.
Admite também ter um engenheiro de som que lhe diz os diálogos por auricular para não memorizar os diálogos, porque "os sons que lhe são dados o fazem representar apenas com os olhos" para "criar uma verdade" e a propósito da ideia de refilmar "Titanic" numa banheira, lamenta que Hollywood já não arrisque nada.
O artigo refere que com as mortes de Thompson e do ator Marlon Brando, "Depp perdeu duas pessoas que podiam perceber a sua existência de fantasia".
Destaca ainda os seus pontos de vista "evangélicos" sobre o uso de drogas e como podiam ter apressado a captura de Osama bin Laden: bastava ter usado aviões para lançar LSD 25 onde ele estava.
Tudo "o que estivesse nas grutas saíria a sorrir, feliz", garantiu.
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