Desde o falecimento de
João Bénard da Costa, em Maio deste ano, que pairava no ar a interrogação sobre quem seria o próximo detentor do cargo de director da Cinemateca Portuguesa. Hoje, após um silêncio que muitos comentavam com estranheza (o anterior Ministro da Cultura, José Pinto Ribeiro, fora em tempos jurista daquela instituição), as dúvidas dissiparam-se com vários órgãos de comunicação a revelarem a identidade da personalidade escolhida: a jornalista
Maria João Seixas, de 64 anos, que iniciará funções já no mês de Janeiro.

Pedro Mexia, director interino da Cinemateca durante o último ano, voltará ao cargo de subdirector, para o qual foi nomeado pelo próprio Bénard da Costa em Abril do ano passado.

Segundo o jornal Público, o anúncio oficial da escolha de Maria João Seixas para a Cinemateca Portuguesa será feito no final desta semana pela ministra da Cultura,
Gabriela Canavilhas.

Maria João Seixas, uma figura de relevo nos meios da cultura, sucede assim na direcção da Cinemateca a nomes tão emblemáticos da instituição como Félix Ribeiro, Luís de Pina e João Bénard da Costa.

Nascida em Moçambique há 64 anos, Maria João Seixas, é licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, e tornou-se conhecida do público português pelos diversos programas de cariz cultural a que, desde a década de 70, tem dado cara na RTP. Na política, entre outros cargos, foi adjunta do major Vitor Alves no período pós-revolucionário, assessora de Maria de Lurdes Pintassilgo e do então primeiro-ministro António Guterres para os assuntos culturais, e mandatária das candidaturas de Jorge Sampaio e de Mário Soares à presidência da República.