Muitos atores querem juntar-se ao Universo Cinematográfico Marvel e o estúdio também ouviu alguns "nãos" ao longo dos anos.

Amanda Seyfried faz parte do segundo grupo, muito mais pequeno e especial: após entrar em filmes como "Giras e Terríveis" (2003), "Mamma Mia" (2008), "Juntos ao Luar" (2010) e "Os Miseráveis" (2012), foi cobiçada para o papel de Gamora em "Os Guardiões da Galáxia" (2015), encontrou-se com o realizador James Gunn e chegou à fase de receber uma proposta formal, mas decidiu que, afinal, não era o projeto mais indicado para si.

"Fiquei com muito medo da ideia de ficar presa e pintada de uma cor diferente por causa da quantidade de tempo", recordou numa nova entrevista no podcast “Happy Sad Confused”, explicando que tinha ouvido coisas desagradáveis sobre o processo através de um treinador pessoal que trabalhara com vários atores da saga "X-Men" pela mesma altura.

Perante alguns relatos a duvidar que ela chegou a uma fase avançada no processo da Marvel antes de Zoe Saldaña receber o papel, acrescentou: "Sem dúvida que recebi a oferta e pensei nela durante alguns dias. Não queria morar em Londres seis meses do ano. Havia outro filme que realmente queria fazer com o Seth MacFarlane, chamado ‘Mil e Uma Maneiras de Bater as Botas' (2014). Parecia uma boa oportunidade".

A atriz esclarece ainda que não foi preciso "coragem" para recusar a Marvel pois existiram razões mais racionais.

“Vamos recordar também que fazer parte do primeiro filme da Marvel que é um fracasso comercial não é bom para a nossa carreira. Achei que, por se tratar de uma árvore falante [Groot] e um guaxinim falante [Rocket Racoon], seria o primeiro fracasso do estúdio e que o Chris Pratt e eu numa mais voltaríamos a trabalhar. Bem, estava enganada! Mas estava apenas a ser esperta. Não é corajoso", contou.

Nomeada para o Óscar de Melhor Atriz Secundária por "Mank" (2020), Amanda Seyfried mediu as palavras com cuidado, mas deixou escapar que a sua carreira estava noutra fase naquela altura.

Referindo-se à sua relutância com o trabalho de caracterização necessário para se transformar em Gamora, esclareceu: "Estava numa fase precária da minha carreira e não queria sofrer pelo trabalho. Estar ali sentada durante quatro horas e meia todas as manhãs pareceu que não seria divertido. Tinha feito algumas coisas com o ecrã verde [efeitos visuais] e não foi o melhor ou algo em que fosse boa naquela altura".

E rematou sobre o tema: "Não me arrependo de nada. Tomei essa decisão a pensar em mim mesma. Foi bom para mim naquela época e foi bom para mim agora.”

VEJA A ENTREVISTA (a partir dos 34 minutos e 8 segundos).