Nos últimos dois anos tem feito uma lenta recuperação, que a sua esmagadora prestação em
O Wrestler veio coroar em pleno, com uma chuva de elogios e de prémios, incluindo o Globo de Ouro e a nomeação ao Óscar, a primeira da sua carreira.

A primeira paixão de Rourke sempre foi o boxe e foi num dos períodos em que convalescia de um combate que começou a carreira de actor.

No cinema, estreou-se com um pequeno papel em
«1941 – Ano Louco em Hollywood», de Steven Spielberg, mas deu pela primeira vez nas vistas em 1981 em
Noites Escaldantes, de Lawrence Kasdan.

Foi figura de proa em alguns filmes emblemáticos do «brat pack» da época, como «
Adeus Amigos (Dinner)», de Barry Levinson, e
Rumble Fish – Juventude Inquieta, de Francis Ford Coppola, e ficou gravado na memória cinéfila no papel protagonista de três filmes emblemáticos de meados dos anos 80:
«O Ano do Dragão», de Michael Cimino,
«As Portas do Inferno (Angel Heart)», de Alan Parker, e o super-êxito
9 Semanas e Meia, de Alan Parker.

A partir daí, a sua excentricidade e os seus comportamentos excessivos foram-no afastando da rota dos êxitos e dos realizadores de talento, e os «flops» sucederam-se.

O consumo de drogas e as más companhias não ajudaram e os anos 90 foram uma longa sucessão de fracassos de bilheteira e de más escolhas profissionais.

Nessa altura, recomeçou também a carreira de pugilista no circuito profissional, e apesar de ter tido aí algum sucesso, ficou com o rosto progressivamente desfigurado em consequência dos combates.

No final dos anos 90 recomeçou a emergir em papéis muito pequenos, que foram aumentando já no século XXI.

Depois de algumas incursões mais visíveis em filmes como
Era uma Vez no México, de Robert Rodriguez e
Domino, de Tony Scott, voltou em pleno às luzes da ribalta em 2005 num dos papéis principais de
Sin City – A Cidade do Pecado, de Robert Rodriguez.

O Wrestler, de Darren Aronofsky, marca o seu regresso definitivo aos papéis de protagonista e valeu-lhe as melhores críticas de toda a sua carreira.