Parece estar para durar a zanga entre Mickey Rourke e Robert De Niro que começou há mais de 30 anos, durante a rodagem de "As Portas do Inferno" (1987).
Numa entrevista a um programa da televisão italiana, Mickey Rourke diz que a animosidade lhe custou um papel em "O Irlandês", o muito aguardado novo filme de Martin Scorsese para a Netflix.
Segundo o ator, alguém do departamento de casting terá dito ao seu agente que Robert De Niro se recusava a trabalhar com ele, apesar do realizador o querer ao lado de Al Pacino, Joe Pesci e Christopher Walken (o último não entra no filme, pelo que Rourke poderá estar a confundir com Harvey Keitel).
A decisão prejudicou Rourke, que disse que estava falido há seis meses, depois de ter gasto o único dinheiro que tinha dos combates de boxe que fez na Rússia.
"Só estou chateado porque precisava do dinheiro, mas a questão é que ele não se esquece do que aconteceu há 20 anos. Existe uma expressão, 'Dei-lhe uma lição'. Antes disso, nenhum outro ator lhe tinha dado uma lição", explicou.
O desentendimento surgiu quando fizeram "As Portas do Inferno", às ordens de Alan Parker ("Angel Heart" no original), onde Rourke interpretava o detetive privado Harry Angel e De Niro era Louis Cyphe, o misterioso estranho que o contratava.
Rourke contou que venerava o colega como se fosse "Marlon Brando e Al Pacino" quando estava a estudar representação, mas começou a mudar de oponião quando, cinco minutos após as apresentações, De Niro lhe disse que, dada a relação entre as personagens, não deviam falar.
A relação deteriorou-se logo a seguir, nos primeiros dois dias em que tinham cenas juntos, quando De Niro implicou com as reações de Rourke enquanto Harry Angel.
Ouvidas pelo IndieWiere, Jane Rosenthal e Emma Tillinger Koskoff, produtoras de "O Irlandês", bem como a diretora de casting Ellen Lewis, disseram que Mickey Rourke nunca foi chamado para "O Irlandês" nem "jamais foi pensado, discutido ou considerado para entrar no filme".
"O Irlandês" será lançado oficialmente no festival de cinema de Nova Iorque em 27 de setembro e será exibido no Festival de Roma a 21 de outubro. Chega à Netflix a 27 de novembro e ainda não foram anunciados planos para uma estreia comercial nas salas de cinema portuguesas.
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