Cruella de Vil é uma das vilãs mais icónicas da Disney, memorável em "Os 101 Dálmatas" (1961) e também na versão igualmente emblemática em imagem real, encarnada por Glenn Close, em duas adaptações (em 1996 e 2000).
Nas duas versões, a personagem foi sempre fumadora e inseparável da icónica boquilha.
Mas no filme "Cruella", ambientado na Londres dos anos 1970, durante os primeiros dias do movimento punk, a futura vilã é ainda uma jovem vigarista saudável chamada Estella e nunca se vê a boquilha.
A alteração é comparável a ver o Capitão Gancho sem o seu gancho e não passou despercebida, mas esta Cruella não podia mesmo fumar.
"Isso não é permitido em 2021. Não temos autorização para fumar em cena num filme da Disney", revelou Emma Stone em entrevista ao The New York Times.
Mas a atriz reconheceu que teve pena de ter perdido uma característica tão simbólica da sua personagem.
"Foi difícil não ter aquela boquilha.... estava muito entusiasmada por aparecer aquele fumo verde, mas não foi possível. Não quero promover o tabagismo, mas também não quero promover que se esfolem cachorros", sintetizou.
Em 2007, a Disney decidiu que nenhum filme do estúdio a partir daí teria personagens a fumar, uma diretiva que foi alargada às produções da Marvel, Lucasfilm e Pixar em 2015.
Por essa razão e apesar do desacordo de Tom Hanks, a sua personagem Walt Disney no filme "Ao Encontro de Mr. Banks" (2013) apenas é visto a apagar um cigarro aceso e a dizer que ninguém o podia ver a fumar por causa do impacto que isso teria na sua imagem, além de tossir frequentemente fora de cena.
A proibição não é caso único em Hollywood: desde 2019 que a Netflix só permite para séries e filmes para o público adulto, exceto em situações de contexto histórico ou verídico.
Trailer de "Cruella":
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