O cinema está a ser "marginalizado e desvalorizado" durante a pandemia, alertou o lendário cineasta Martin Scorsese durante a sua participação virtual no Festival Internacional de Cinema de Toronto.
Scorsese, que se envolveu numa polémica no ano passado ao dizer que filmes populares de super-heróis "não são filmes", foi homenageado na terça-feira com um prémio honorário pela sua trajetória na indústria cinematográfica.
"O facto de os festivais de cinema continuarem a acontecer - improvisando, adaptando, fazendo tudo funcionar de alguma forma - é muito emocionante para mim", disse o realizador de "O Touro Enraivecido", "Tudo Bons Rapazes" e "The Departed: Entre Inimigos", pelo qual venceu um Óscar.
"Infelizmente, é cada vez mais comum ver o cinema marginalizado e desvalorizado e, nesta situação, classificado como uma espécie de 'junk food'", declarou.
As salas de cinemas ainda estão fechadas nas principais cidades dos EUA, como Los Angeles e Nova Iorque. E durante meses, milhões de pessoas em todo o mundo ficaram trancadas nas suas casas e viram filmes e séries no sofá.
O Festival de Toronto, a maior mostra de cinema da América do Norte, está a realizar-se por estes dias principalmente online. Há algumas poucas exibições em drive-ins e salas fechadas, mas com capacidade limitada.
"O cinema, filmes, longas-metragens, no seu melhor, são uma fonte de encantamento e inspiração", defendeu Scorsese.
Os atores britânicos Anthony Hopkins e Kate Winslet também receberam prémios de carreira na gala virtual de Toronto na terça-feira, ocasião em que ambos também promovem novos filmes já aclamados que podem levá-los aos Óscares.
"Estou surpreendido que continue a ter trabalho... continue a trabalhar na minha idade", disse Hopkins, de 82 anos, que recebeu ótimas críticas por "The Father", um drama comovente sobre demência.
Já Winslet apresentou o romance lésbico "Ammonite", que se passa no século XIX.
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