«Arroz Amargo»,
«As Noites de Cabiria»,
«Serpico» e
«Veludo Azul» são alguns dos muitos filmes produzidos pelo italiano
Dino de Laurentiis, que faleceu a 10 de Novembro, aos 91 anos, em Los Angeles. Da totalidade dos seus filmes, 38 foram nomeados ao Óscar, tendo o produtor recebido em 2001 o prémio Irving Thalberg pelo conjunto da sua carreira.
Nascido em 8 de Agosto de 1919 em Torre Anunziata, na região de Nápoles (sul da Itália), Agostino, conhecido como Dino, de Laurentiis era filho de Aurelio e Giuseppina de Laurentiis, fabricantes de massas e cresceu a vender nas ruas o esparguete feito pelo seu pai.
Ainda muito jovem, inscreveu-se no Centro de Cinema Experimental de Roma, pensando tornar-se actor. Ganhou a vida como cenógrafo e assistente de realização, decidindo depois tentar a sorte como director de fotografia. Com apenas 20 anos, produziu o seu primeiro filme:
«L'Ultimo Combattimento», de Piero Ballerini, seguido de
«L'Amore Canta», com o qual começou a fazer sucesso.
Em 1949, o produtor casou com a actriz
Silvana Mangano, o grande amor de sua vida, revelado pelo filme
«Arroz Amargo» de Giuseppe de Santis que lhe rendeu reconhecimento internacional.
Juntamente com outro famoso produtor italiano, Carlo Ponti, futuro marido de
Sofia Loren, De Laurentiis realizou em 1952 o primeiro filme italiano a cores
«Totò a colori» («Totó a Cores»).
Na década de 1950, apoiou realizadores como
Roberto Rossellini, cineasta emblemático do neo-realismo italiano, e Eduardo de Filippo e produziu
«A Grande Guerra», de
Mario Monicelli com
Alberto Sordi e
Vittorio Gassman (Leão de Ouro em Veneza, em 1959).
Após
«A Estrada» e
«As Noites de Cabíria» de
Fellini, passou, a partir de 1957, a produções mais comerciais como
«Guerra e Paz» de
King Vidor.
Em 1962, ergueu os estúdios
«Dinocitta» no sul de Roma: um vasto conjunto de cenários, escritórios e apartamentos para os actores inaugurado por
John Huston durante a filmagem de
«A Bíblia» (1964-1965) e onde seria produzido
«O Estrangeiro» de
Luchino Visconti, entre outros filmes. Mas a «Dinocitta» faliu.
Partiu para os Estados Unidos em 1972 porque dizia que se sentia muito limitado na Itália. De Laurentiis produziu os seus primeiros sucessos comerciais, como «
Barbarella» e
«Conan e os Bárbaros», mantendo o apoio a filmes de autor como
«Serpico», de
Sidney Lumet,
«O Atirador», de
Don Siegel,
«Os Três Dias do Condor» de
Sidney Pollack,
«Zona de Perigo», de
David Cronenberg, e
«Veludo Azul», de
David Lynch.
Em Los Angeles, foi elogiado pela crítica por
«Ragtime» (1981), mas outras produções foram menos bem-sucedidas, como o «remake» de
«King Kong» de 1976 e
«Duna» de Lynch, um fracasso comercial.
Dois dos seus filmes mais recentes foram
«Hannibal - A Origem do Mal» (2007) e
«Dragão Vermelho», uma nova adaptação do primeiro romance de Thomas Harris com Hannibal Lecter.
Dino De Laurentiis teve quatro filhos com a actriz
Silvana Mangano. Mas após a morte de seu único filho homem Federico num acidente de avião no Alasca em 1981, o casal separou-se. O divórcio foi anunciado pouco tempo antes da morte da actriz em 1989.
De Laurentiis casou novamente, pela terceira vez, com a bela loira Martha Schumacher com quem teve mais duas filhas.
Na festa de aniversário de 90 anos em Agosto de 2009, De Laurentiis reuniu nos Estados Unidos toda a família, incluindo o seu sobrinho Aurelio, produtor cinematográfico conhecido na Itália.
SAPO/AFP
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