Porugal já tem curtas de animação premiadas em festivais, mas agora o realizador e produtor Nuno Beato prepara a primeira longa-metragem de animação, "O meu avô dizia que via demónios", para a qual procurará coprodução internacional em março, na iniciativa Cartoom Movie, em França.
Nuno Beato contou à agência Lusa que "O meu avô dizia que via demónios" tem produção da Sardinha em Lata, cerca de 1,8 milhões de euros de orçamento e argumento do escritor Possidónio Cachapa, a partir de uma história original do realizador.
A animação será feita com técnicas 2D e ‘stop-motion’ para contar a história de uma mulher, Rosa, que regressa à aldeia onde viveu com o avô - com quem já não falava há muito tempo - e descobre que ele já tinha morrido.
"Ela tinha uma relação próxima com o avô, mas foi perdendo o contacto por negligência. E quando percebe que ele morreu repensa a vida que tinha", explica Nuno Beato, esclarecendo que este é um filme para vários públicos, a partir dos 12 anos.
Visualmente, o filme fará a transição entre imagem em 2D, desenhada, e animação com volumes em ‘stop-motion’ e em tons de barro, remetendo para a ideia de terra e campo.
O projeto já recebeu apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), no concurso de apoio ao desenvolvimento, candidatou-se a outro de apoio à produção de longas-metragens de animação e foi selecionado para o Cartoon Movie 2018, em março em Bordéus, França, onde se reúnem potenciais financiadores, produtores e realizadores.
Se obtiver pelo menos 80% do orçamento, Nuno Beato conta arrancar com a rodagem em 2018.
Nascido em 1977, Nuno Beato criou nos anos 1990 a produtora Lampadacesa e na década seguinte integrou a criação da Sardinha em Lata.
É autor da série de animação televisiva "Ema & Gui" e de várias curtas, como "Mi vida en tus manos" e "Híssis".
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