"Minamata", um filme com Johnny Depp, está na "prateleira" há vários meses e agora o realizador Andrew Levitas acusa o estúdio e distribuidor MGM de estar a "enterrá-lo" por causa dos escândalos pessoais que rodeiam o ator.

Johnny Depp interpreta W. Eugene Smith, um fotógrafo famoso pelos seus trabalhos de ensaio durante a Segunda Guerra Mundial que é convencido por um velho amigo e editor da revista Life a regressar ao Japão no início dos anos 70 para documentar um escândalo ambiental que viria a ser conhecido como o Desastre de Minamata, em que centenas de pessoas foram envenenadas naquela cidade costeira no Japão pela ação negligente de uma empresa durante décadas que seria encoberta também pelas autoridades.

Rodado nos primeiros meses de 2019 no Japão e Sérvia, "Minamata" tem ainda no elenco Bill Nighy e atores japoneses como Jun Kunimura, Ryo Kase, Tadanobu Asano e Akiko Iwase.

Exibido no Festival de Berlim de 2020, o filme foi comprado para distribuição pela MGM no outono, coincidindo com a altura em que Johnny Depp se defendia das acusações de abusos físicos e verbais da ex-mulher Amber Heard, no âmbito de um caso de difamação contra o tablóide britânico The Sun, que acabaria por perder. Subsequentemente, o estúdio Warner Bros. pediu ao ator para desistir do papel de Grindelwald na saga "Monstros Fantásticos", substituindo-o por Mads Mikkelsen.

Após o lançamento nos cinemas e video-on-demand em fevereiro de "Minamata" não se ter concretizado, o realizador Andrew Levitas escreveu agora uma carta de protesto à MGM e aos financiadores do filme, as Fundações The Eugene Smith e Minamata, citando que o responsável pelas aquisições do estúdio o informou que "a MGM tinha decidido 'enterrar o filme'".

O cineasta apela ao estúdio para repensar a decisão, defendendo que não está a dar importância suficiente ao tema do filme, que denuncia a negligência empresarial e quer registar para memória futura a indiferença por um desastre ambiental que deixou brutais sequelas neurológicas nas suas vítimas.

Contactado pelo Deadline, que divulgou a carta na integra, um porta-voz da MGM indicou em comunicado que o filme "continua a estar no plano de futuras estreias [...] e, neste momento, a data de estreia americana está por anunciar".

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