Os festivais de cinema Queer Lisboa e Queer Porto vão dedicar, no outono, retrospetivas à coreógrafa e realizadora norte-americana Yvonne Rainer e à cineasta irlandesa Vivienne Dick, anunciou hoje a organização.

O Queer Lisboa está marcado para setembro e contará com um ciclo, em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, dedicado a Yvonne Rainer, “uma das personalidades mais influentes da vanguarda do cinema feminista queer”, atualmente com 88 anos.

O festival irá percorrer um trabalho “que enfatiza o experimentalismo e que desafia formas convencionais na exploração de questões sociais, políticas e de género”.

“As suas sete longas-metragens, recentemente restauradas pelo MoMA – Museum of Modern Art abordam temas provocadores e oferecem perspetivas inovadoras que ampliam os cânones do cinema contemporâneo”, lê-se em nota de imprensa.

A par da retrospetiva, o Queer Lisboa contará ainda com um debate sobre o trabalho de Yvonne Rainer em parceria com a Bienal de Artes Contemporânea BoCA.

A 27.ª edição do Queer Lisboa decorrerá de 22 a 30 de setembro na Cinemateca e no Cinema São Jorge.

No Porto, o festival Queer está agendado de 10 a 14 de outubro, na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, no Maus Hábitos e, pela primeira vez, no Batalha – Centro de Cinema.

A programação hoje anunciada centra-se numa retrospetiva intitulada “No Present. No Future. No Wave”, com um foco na obra experimental da cineasta irlandesa Vivienne Dick, 73 anos, que estará no Porto.

“Vivienne Dick abandona a Irlanda rumo a Nova Iorque durante os anos 1970, onde descobre o universo social e cultural da vanguarda da cidade”, escreve o festival de cinema.

No Queer Porto serão exibidos, entre outros, "Guerillère Talks" (1978) e "She Had Her Gun All Ready" (1978), nos quais “retrata questões relacionadas com a identidade feminina e as normas sociais de género”, ou os mais recentes "Red Moon Rising" (2015) e "The Irreducible Difference of the Other" (2013), sobre um “mundo orientado para a guerra e o consumo”.

Este ciclo irá ainda pôr em diálogo o cinema de Vivienne Dick com o de outras realizadoras como Bette Gordon e Beth B, e com figuras como Nan Goldin e Lydia Lunch.