Matt Bomer terá perdido o papel de Super-Homem no cinema após a sua homossexualidade ser denunciada em Hollywood.

Esta é a convicção do ator, conhecido pelos filmes "Magic Mike" e séries como "White Collar" e "Fellow Travelers", a falar pela primeira vez em 21 anos sobre a experiência em “Superman: Flyby”, um projeto que acabou por nunca se concretizar.

"Parecia que eu era a escolha do realizador para o papel. Assinei um contrato de três filmes com a Warner Bros”, revelou durante o podcast “Awards Chatter”, da revista The Hollywood Reporter.

Questionado sobre se acha que foi discriminado pela sua orientação sexual, o ator, atualmente com 46 anos, respondeu que essa era a sua convicção e que se tratou de um exemplo da utilização da sexualidade como uma arma em Hollywood.

"Sim, o meu entendimento é esse. Foi uma época na indústria em que algo assim ainda poderia ser usado como arma contra alguém. Como, por que e quem [me denunciou], não sei”, conta.

Em 2003, Bomer tinha 24 anos e há dois que fazia parte do elenco da telenovela "Guiding Light" quando se proporcionou a oportunidade de entrar no casting gigantesco para o papel do super-herói, que 'se transformou numa experiência de testes de um mês, onde fazia uns atrás dos outros".

O processo chegou a uma fase tão adiantada que o produtor executivo da telenovela, "muito gentilmente, me quis libertar caso chegasse a proposta".

A solução foi revelar que a sua personagem era um prostituto e o misterioso assassino em série da cidade, uma saída que causou controvérsia, mas o ator diz que 'basicamente, fui despedido, mas de uma forma generosa'.

"Superman: Flyby", com um argumento de J. J. Abrams, que também seria o realizador, acabou na prateleira e o que chegou aos cinemas em 2006 foi "Super-Homem: O Regresso", de Bryan Singer, com o protagonista a ser Brandon Routh, outro ator do mundo das telenovelas.

Para Bomer, uma pequena consolação: foi a voz da personagem em "Superman: Unbound" (2013), um filme de animação lançado diretamente no mercado de vídeo.