Qual é o pior filme da história do cinema? Ao longo das décadas não têm faltado candidatos ao título, com o mítico
«Plan 9 from Outer Space», de
Ed Wood, a ser o mais célebre de todos. Mas nos últimos anos tem emergido um outro contendor ao título, que está gerar um fenómeno cada vez maior: «The Room», realizado por Tommy Wiseau em 2003 já foi considerado pela Entertainment Weekly como o «Citizen Kane» dos maus filmes. Depois de ter feito uma carreira praticamente invisível nas salas de cinema, a fita ressuscitou inesperadamente graças à fama que se foi criando em torno dela, a de uma obra tão má que só vendo é possível acreditar que exista. E a coisa não parou aí: de repente, as sessões começaram a suscitar a interacção do público, ao melhor estilo de
«The Rocky Horror Picture Show», com espectadores vestidos como as suas personagens preferidas, a debitarem diálogos de cor e a atirarem coisas ao ecrã.
É essa festa que se pretende recriar na sessão de «The Room» que será exibida no Espaço Nimas, em Lisboa, às 21h30 de 27 de julho, sábado. Por trás da iniciativa está multifacetado
Filipe Melo, músico, autor de BD e realizador e produtor de obras de culto como a curta de zombies
«I'll See You in My Dreams» e a série «Mundo Catita». Ele próprio adquiriu os direitos de exibição do filme para Portugal, convenceu Nuno Markl a fazer a apresentação e conseguiu que o próprio realizador enviasse pelo Facebook os desejos de uma boa sessão aos espetadores portugueses. A sessão terá folha de sala com instruções para ver o filme, passatempos e muitas surpresas.
A história de «The Room» gira em redor de um banqueiro bem-sucedido, que é um dos vértices de um triângulo amoroso que inclui a mulher e o melhor amigo. No meio disto, há inúmeras intrigas paralelas com uma grande variedade de personagens, por vezes sem relação directa com a narrativa principal e sem justificação para existirem que não a vontade do seu autor. Sem qualquer tipo de experiência de cinema, Wiseau não parece ter tido o mínimo de preocupação com questões de continuidade, contexto ou verosimilhança. E como não sabia sequer a diferença entre a película de 35 mm ou o vídeo de alta definição, decidiu filmar tudo com duas câmaras nos dois formatos, o que aumenta ainda mais o delírio da coisa.
Com fãs como
Paul Rudd,
Patton Oswalt ou
Kristen Bell, a fita é, hoje em dia, exibida regularmente em várias cidades dos EUA, e ainda em Londres, Otawa, Glasgow e Melbourne.
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