O Plano Nacional de Cinema (PNC) passa a contar, a partir de hoje, com uma página oficial e uma plataforma para professores e alunos, de acesso gratuito, com filmes e documentos pedagógicos sobre imagens em movimento.

Estes novos recursos, anunciados numa sessão de apresentação na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, são "instrumentos fundamentais para ampliar a forma como as escolas recorrem ao Plano Nacional de Cinema", afirmou a coordenadora nacional do PNC, Elsa Mendes.

O PNC foi criado em 2013 e implementado no ano seguinte pelos ministérios da Cultura e da Educação, para promover a literacia para o cinema junto dos mais novos e através das escolas.

Atualmente, o PNC trabalha com 275 escolas e agrupamentos escolares no continente, regiões autónomas e nos países de língua oficial portuguesa.

A página oficial (www.pnc.gov.pt) centraliza a informação sobre o PNC e inclui uma plataforma de acesso gratuito a filmes digitalizados, restrita às escolas inscritas, e recursos documentais pedagógicos para professores.

Segundo Elsa Mendes, atualmente estão disponíveis para visionamento cerca de 50 filmes, entre curtas e longas-metragens, maioritariamente de cinema português, abrangendo vários períodos da história do cinema, géneros e temáticas.

Esta disponibilização 'online' só foi possível, disse a coordenadora, mediante a "contratualização entre os detentores de direitos [dos filmes] e os três institutos públicos" envolvidos: A Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, o Instituto do Cinema e do Audiovisual e a Direção-Geral da Educação.

Entre os filmes disponíveis para serem exibidos e trabalhados em contexto escolar, para todos os níveis de ensino, estão obras desde o cinema mudo até à atualidade, incluindo filmes dos primórdios da animação portuguesa, filmes sobre a guerra colonial, sobre a revolução de abril de 1974, adaptações literárias, clássicos do cinema português, documentários.

Há ainda "alguma cinematografia internacional", que versa sobre temas a abordar entre professores e alunos, nomeadamente sobre diálogo, tolerância e desenvolvimento pessoal.

Os recursos pedagógicos associados foram desenvolvidos "por cerca de 30 autores convidados", entre "especialistas dos filmes, professores, investigadores", disse Elsa Mendes que, na sessão, pediu a entrada de mais pessoas no projeto do PNC, sobretudo no que toca à formação de professores.

Nos primeiros cinco anos de existência, o PNC sextuplicou o número de alunos e professores envolvidos em atividades cinematográficas, segundo dados divulgados em 2020, ainda antes da pandemia.

Em 2014, quando foi operacionalizado, o PNC envolveu 300 professores e dez mil alunos em atividades dentro e fora da escola, tendo este número subido para 1.800 professores - formados em literacia fílmica - e cerca de 65.000 alunos em 2019.

No ano letivo 2019/2020, afetado pela pandemia, com encerramento das escolas e com o ensino à distância. o PNC divulgou e promoveu a visualização gratuita 'online' de vários filmes portugueses e contabilizou - nos meses em que foi possível haver atividade cultural - mais de 90 sessões em salas de cinema, no âmbito da iniciativa "O Cinema está à tua espera".

O PNC foi implementado no seguimento da experiência do Plano Nacional de Leitura, dedicado a competências de literacia, livro e leitura. A eles juntou-se o Plano Nacional das Artes, mais abrangente, criado em 2019.