A Plataforma do Cinema considerou hoje que o sociólogo Pedro Adão e Silva, indigitado ministro da Cultura, pode ser "uma voz interessante" no atual contexto político, mas um ministro deve conhecer o setor e os seus detalhes.

Pedro Adão e Silva irá fazer parte do XXIII Governo, o terceiro liderado por António Costa, assumindo a pasta da Cultura, sucedendo no cargo a Graça Fonseca.

"Parece-nos que seria importante que conhecesse as pastas, o setor, os detalhes, que estivesse envolvido no que essa política pública pode ser. Parece-nos um bocadinho 'tanto faz' que não é novo", afirmou à agência Lusa a programadora Cíntia Gil, da Plataforma do Cinema.

Esta estrutura informal, que representa mais de uma dezena de associações de produtores, realizadores, programadores e festivais de cinema, alerta para a existência de "problemas muito reais e graves" no setor da Cultura, que exigem alguém "que conheça o setor, que tenha ideias e que as saiba pôr em prática".

"Independentemente de [Pedro Adão e Silva] poder até ser uma voz interessante dentro do contexto político atual, no que diz respeito à Cultura, não vejo o que de novo [pode trazer] ou a força da voz dele na orgânica do Governo, a partir do momento em que ele não conhece bem o setor", opinou Cíntia Gil.

De acordo com a composição do novo Governo, o Ministério da Cultura deixará de ter as secretarias de Estado do Património Cultural e do Cinema, Audiovisual e Media, passando a incluir apenas uma Secretaria de Estado da Cultura.

Para a Plataforma de Cinema, "não é preocupante" não haver uma secretaria de Estado específica para o setor, que, no último governo, foi liderada por Nuno Artur Silva.

"Nunca percebemos bem qual era o intuito daquela secretaria de Estado. Foi uma secretaria de Estado que trabalhou, do nosso ponto de vista, para o setor do audiovisual e trabalhou contra os interesses do próprio cinema e audiovisual", disse Cíntia Gil, sublinhando: "Se o primeiro-ministro quiser ser interlocutor no cinema, temos todo o interesse em ter um diálogo com ele".

Entre os problemas que o novo ministro da Cultura herdará da anterior tutela, Cíntia Gil destaca um, transversal: a concretização do Estatuto dos Profissionais da Cultura, que entrou em vigor em janeiro deste ano e cuja aplicação, lembra, acarretará mais encargos para as estruturas culturais.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou na quarta-feira, ao Presidente da República, a composição de um Governo com 17 ministros, menos dois do que no anterior.

Pedro Adão e Silva é o atual comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, cargo que deixará quando tomar posse no novo Governo.

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