Os produtores que queiram apostar em projectos com ambição de retorno financeiro têm o
Fundo de Investimento do Cinema e Audiovisual (FICA) como parceiro primordial em Portugal. Ou deveriam ter, dado que o organismo se encontra actualmente paralisado até à designação de uma nova entidade que gira financeiramente os seus destinos.
O
FICA surgiu com o objectivo de implantar uma indústria sustentada do audiovisual em Portugal, com o apoio de entidades privadas e o objectivo implícito de aproximar o público português da produção audiovisual do país.
Os participantes do FICA são, em percentagens diferentes, o
Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), a
ZON Lusomundo, a
SIC, a
TVI e a
RTP. Ao contrário do que sucede com o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), o investimento não é a fundo perdido: o FICA pretende recuperar o dinheiro que aplicou no projecto com uma participação nas receitas de exploração das obras proporcional ao investimento que nelas fez.
Para concorrer ao
FICA, é obrigatório que o projecto esteja integrado numa produtora, e é ela que o apresenta para avaliação da entidade.
Porém, embora tenha iniciado a sua actividade em 2007, com um fundo de 83 milhões de euros para repartir pelos cinco anos seguintes, a entidade responsável por gerir esse montante, a
Espírito Santo Fundo de Investimento Mobiliários (ESAF), revelou-se manifestamente incapaz de o fazer, levando à paralisação do fundo e ao seu afastamento do cargo.
Embora a sua actividade esteja neste momento em «stand-by», já foi anunciado o nome da nova entidade gestora do FICA, o Banif Gestão de Activos S.A..
Um comunicado do Ministério da Cultura divulgou, no início deste mês, quem ficaria a tomar conta do FICA e confirmou que, depois desta decisão, estariam asseguradas as condições para que o organismo «retome, o mais rapidamente possível, a sua actividade de investimento em empresas e em projectos cinematográficos e audiovisuais nacionais».
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