Entre longas e curtas-metragens, documentários, debates e outras atividades, foi anunciada na quinta-feira a programação completa do Queer Lisboa 27, que se realiza entre 22 e 30 de setembro no Cinema São Jorge, com a Cinemateca a receber a retrospetiva dedicada à coreógrafa e realizadora norte-americana Yvonne Rainer.
O consumo de drogas, saúde mental, guerra na Ucrânia e gentrificação são alguns dos temas destacados pela organização, que refere que esta é uma edição onde dominam os filmes assinados por mulheres cis e pessoas trans ou não-binárias, confirmando que o cinema queer tem assinaturas mais diversificadas.
Os 80 filmes apresentados incluem títulos recentes aclamados no circuito de festivais de cinema internacionais, mas também inéditos para descobrir de geografias tão díspares como Kosovo, Egito, África do Sul ou Colômbia, abordando temas que vão das FARC à guerra na Ucrânia, da gentrificação ao assédio sexual.
Entre os destaques estão “Blue Jean”, sobre o quotidiano de uma professora apavorada com a eventual descoberta da sua sexualidade na escola na era da Grã-Bretanha thatcherista; “All the Colours of the World Are Between Black and White”, o vencedor do Teddy Award deste ano no festival de Berlim; “Pornomelancolía”, documentário ficcionado que acompanha o mexicano Lalo Santos, sex-influencer convertido em ator porno; e “Regra 34”, da brasileira Julia Murat, vencedor do Leopardo de Ouro em Locarno 2022.
Entre os documentários, "Kokomo City”, “Out of Uganda”, "Peixe Abissal” ou “Transfariana” são alguns dos títulos que confirmam a diversidade de temas e abordagens queer.
Nas curtas-metragens será possível descobrir “Dipped in Black”, viagem de regresso às origens enquanto pessoa queer em território aborígene, e curta vencedora do Teddy Award deste ano na Berlinale; e o português “Vanette”, recente Prémio Sophia Estudante de Maria Beatriz Castelo. "Gaze Shorts Program", uma mostra especial de seis curtas irlandesas, dá seguimento a uma colaboração do Quuer Lisboa com o festival de cinema queer da Irlanda.
Em agosto já fora anunciado que a sessão de abertura a 22 de setembro seria com “La Bête dans la jungle", de Patric Chiha, estreado na última edição da Berlinale, é uma adaptação livre do romance homónimo de Henry James; o encerramento no dia 30 será com “Queendom”, um documentário de Agniia Galdanova que segue a ‘performer’ Gena Marvin, artista queer russa cujas performances colocam a sua vida em perigo num Moscovo onde domina a repressão.
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