Kevin Smith vai doar os futuros lucros que receber de todos os filmes que fez com Harvey Weinstein à Women in Film, uma organização não-lucrativa que trabalha no âmbito da maior igualdade de género na indústria cinematográfica.
Os chamados "residuals" são pagamentos que resultam normalmente da exibição na televisão de trabalhos antigos e podem ser uma parte importante do rendimento dos membros da indústria cinematográfica.
No último episódio do seu podcast "Hollywood Babble-On", o realizador reconhece que a sua carreira estará para sempre ligada ao produtor caído em desgraça após as alegações de assédio sexual e violação, uma vez que as suas duas empresas, Miramax e The Weinstein Company, estiveram envolvidas nos seus filmes mais importantes.
"A minha carreira inteira está ligada ao homem. Tem sido uma semana estranha. Só queria fazer alguns filmes, só isso. Foi por isso que vim, foi por isso que fiz 'Clerks'. E nenhum filme vale isto tudo [...] A minha carreira está embrulhada em algo realmente horrível", assinalou.
Os filmes em questão são "Clerks" (1994), "Perseguindo Amy" (1997), "Jay e Silent Bob Contra-Atacam" (2001), "Era Uma Vez... um Pai" (2004), "Nunca Tantos Fizeram Tão Pouco" (2006) e "Zack e Miri Fazem Um Porno" (2008).
Quando um membro do público gritou que a culpa não era dele, Kevin Smith disse que não estava à procura de simpatia.
"Sei que não é culpa minha, mas não ajudei. Porque falei por aí sobre este homem como se fosse um herói, como se fosse meu amigo, como se fosse meu pai e coisas do género, e ele mudou a minha vida. E mostrei a outras pessoas tipo 'Podes sonhar e fazer coisas e este homem vai divulgar'. Distribuí elogios sobre alguém que não conheci. Não conhecia o homem que continuam a falar na imprensa. Claramente ele existe, mas esse homem nunca se revelou a mim. Tudo isto dói e não me aconteceu a mim, mas tudo isto dói", concluiu.
No caso de Smith, ficam fora da relação com Harvey Weinstein os filmes "Os Malucos do Centro" (1995), "Dogma" (1999), "Não Chamem a Polícia!" (2010), "Red State" (2011), "Tusk" (2014) e "Yoga Hosers" (2016).
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