Os bastidores de "Aquaman and The Lost Kingdom" estão num caos e com a estreia prevista para 20 de dezembro, as "próximas semanas potencialmente definirão o seu rumo, para o bem ou para o mal", avançou a revista The Hollywood Reporter (THR).

Não há imagens oficiais ou trailers desde a conclusão da rodagem principal em janeiro de 2022 e o filme de James Wan já passou por três refilmagens, a mais recente durante quatro dias a meio de junho na Nova Zelândia com os protagonistas Jason Momoa e Patrick Wilson, o que a revista destaca ser bastante invulgar mesmo para uma grande produção de Hollywood.

"Blue Beetle", que chega aos cinemas em agosto, e "Aquaman 2" são os últimos filmes do Universo Extendido DC iniciado em 2013 por Zack Snyder com "Homem de Aço".

No caso do segundo, com um orçamento muito superior, os estúdios Warner Bros. e DC Studios tentam evitar outro "flop" nas bilheteiras que prejudique o seu universo de super-heróis, como aconteceu com "Black Adam", "Shazam 2" e "The Flash". Tanto mais que os novos líderes James Gunn (o realizador de "Guardiões da "Galáxia") e Peter Safran, estão a preparar um relançamento da DC, mas isso só acontecerá com "Superman: Legacy" em julho de 2025.

O primeiro "Aquaman" é muito especial: foi um sucesso surpreendente em 2018 e tornou-se o mais rentável da DC, arrecadando 1,148 mil milhões de dólares nas bilheteiras mundiais.

Já a sequela teve várias datas de estreia e, tal como "The Flash", passou por três regimes no estúdio com visões diferentes.

No verão de 2022, saíram os homens da Warner e DC que deram luz verde ao projeto (Toby Emmerich e Walter Hamada) e realizaram-se as primeiras sessões de testes de público com reações "nada inspiradoras". Em consequência, duas refilmagens decorreram entre julho de 2022 e início de 2023.

Pela mesma altura, a nova liderança da Warner, Michael De Luca e Pamela Abdy, envolveu-se na pós-produção e no outono, a segunda assumiu um forte papel criativo na montagem de uma versão do filme, que teve uma pontuação ainda mais baixa do que a anterior.

Segundo a THR, não estão esclarecidos quais são os problemas do filme, descrito como uma “comédia de amigos” ["buddy comedy" no original] entre Aquaman e o seu meio-irmão, o anterior rei de Atlântida Orm, mas uma fonte diz que a "clareza da história" tem sido uma preocupação constante.

Ben Affleck e Jason Momoa nas refilmagens em julho de 2022

Outro problema foi Batman: Walter Hamada quis Michael Keaton para assumir o mesmo papel de mentor de Samuel L. Jackson nos filmes da Marvel, mas as mudanças nas datas de estreia relacionadas com o congestionamento de trabalho nos estúdios de efeitos especiais por causa do impacto da pandemia fizeram com que Michael De Luca e Pamela Abdy chamassem Ben Affleck para refazer a cena em julho de 2022.

Esta segunda opção ficou em causa quando a estreia de "Aquaman 2" voltou a adiar para dezembro de 2023, já depois da aparição do ator em "The Flash".

Agora, a mais recente versão do filme já não tem nenhum Batman pois James Gunn e Peter Safran "não querem prometer um universo cinematográfico que não se vai concretizar, nem amarrá-lo excessivamente a fracassos do passado".

"Foi muito caótico", disse uma fonte.

Novos testes decorreram em fevereiro e abril deste ano e uma fonte disse à THR que os novos líderes da DC "estavam deprimidos com o processo de pós-produção aparentemente interminável e a saturação das pontuações dos testes".

Entretanto, James Gunn terá avaliado a versão mais atualizada do filme e foram aprovados mais cinco dias para uma terceira refilmagem de cenas que terá corrido tão bem que o realizador James Wan e os estúdios concluíram que tinham tudo o que precisavam e acabaram um dia mais cedo.

Agravado pela rodagem durante a pandemia "Aquaman and The Lost Kingdom" teve um orçamento inicial dispendioso de 205 milhões de dólares, que aumentará com todos as refilmagens e a pós-produção que envolve complexos efeitos especiais.

Algumas fontes dizem que o facto de a Warner continuar a gastar dinheiro para tornar o filme melhor é um sinal de confiança. E é recordado que o primeiro "Aquaman" também passou por águas turbulentas e só encontrou um rumo durante a pós-produção, com um novo final mais polido e a montagem trabalhada para a duração ficar pelos 143 minutos.