Apesar de ter sido graças a ele que o cinema ganhou uma das personagens femininas mais fortes da sua história - Ellen Ripley em "Alien, o 8.º Passageiro" (1979) -, Ridley Scott não tinha intenção de realizar "Thelma & Louise", que se tornou um dos filmes mais importantes da sua carreira e da história do cinema.
E tudo porque ficara horrorizado com alguns dos comportamentos retratados na história.
Quando o cineasta leu o argumento de Callie Khouri sobre a aventura das duas amigas pelas estradas do sudoeste americano que se torna um pesadelo quando Louise mata um homem que tentou violar Thelma, quis torná-lo um filme, mas reservando apenas para si o papel de produtor.
"Para mim, a igualdade das mulheres nunca foi uma questão — elas são iguais a mim, e algumas delas são mais espertas do que eu", contou à Entertainment Weekly.
"Ainda não entendia completamente a natureza grotesca que o homem pode ter para com a mulher. Grotesca não apenas fisicamente, mas de atitude. Li o argumento e perguntava à Callie — que conhecia cada polegada e consoante — 'isto realmente acontece?'", acrescentou.
Ridley Scott confirmou quem o convenceu a ser também o realizador depois de receber quatro recusas.
"Estava a falar com várias atrizes e uma delas disse-me 'Ouve, não posso fazer isto, não vou estar disponível, mas queria encontrar-me contigo, é um bom argumento, mas porque é que que não ganhas juízo e fazes tu mesmo isto?'", recordou.
"Foi a Michelle Pfeiffer", acrescentou, confirmando assim a informação avançada pela Vanity Fair em 2011.
"E a partir desse momento decidi realizar", rematou.
Geena Davis e Susan Sarandon acabaram por ser Thelma e Louise, consolidado definitivamente as suas carreiras com um filme considerado um marco do feminismo no cinema.
Após alguns filmes que tiveram menos sucesso, Ridley Scott também viu subir a sua reputação e conseguiu a sua primeira nomeação para os Óscares como realizador.
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