Robert Downey Jr. festejou este sábado 50 anos sendo uma das maiores estrelas de Hollywood.

Mundialmente aclamado principalmente desde que se tornou o Homem de Ferro no primeiro filme dos estúdios Marvel, é fácil esquecer que o percurso até atingir essa posição foi problemático. E antes da generalização da cobertura online e da presença das redes sociais, muito, muito público.

Nascido em Nova Iorque, o mais novo de dois filhos, sempre teve acesso ao meio artístico: o pai, Robert Downey, Sr., é um realizador, ator, produtor e argumentista do cinema independente, e a mãe, Elsie Downey, atriz. Com apenas cinco anos, já estava no filme «Pound» e aos 7 em «Greaser's Palace», ambos do seu pai.

Pela mesma altura, vivia «rodeado pelas drogas»: o seu pai, utilizador habitual, permitiu que consumisse erva aos seis anos, algo que confessou mais tarde arrepender-se. O uso de drogas tornou-se, nas palavras mais tarde do ator, um vínculo emocional entre ambos.

Na sua infância, viveu em Inglaterra, estudou ballet clássico e frequentou a Stagedoor Manor Performing Arts Training Center, onde o antigo orientador recorda um jovem adorado por todos, mas já incontrolável e imprevisível.

Em 1982, com os pais divorciados, está em Nova Iorque para prosseguir uma carreira artística. Sem formação académica, os contactos do pai abriram portas e depois de um pequeno papel em «Laços de Família» (1984), onde conheceu e começou a namorar Sarah Jessica Parker, o primeiro sucesso chegou com «Less Than Zero/A Última Viagem em Beverly Hills» (1987), ao lado dos ídolos dos adolescentes Andrew McCarthy e Jami Gertz, no papel de... um jovem viciado em cocaína.

«Air America», uma comédia leve de 1990, marca o encontro com Mel Gibson, que sempre o procurou ajudar, tanto a nível pessoal como profissional, a ultrapassar o que já era um evidente vício das drogas, mas o grande marco desta primeira fase da sua carreira foi quando Richard Attenborough o escolheu, aos 27 anos, para o papel principal de «Chaplin».

Com o sucesso e a nomeação para um Óscar, a qualidade das ofertas para projetos mudou da noite para o dia, mas esta também foi a época em que chegou ao fim a relação com Jessica Parker («Acreditava que era a pessoa que o mantinha vivo», diria um dia a atriz) e após 1995 a carreira começa a ressentir-se claramente do agravamento dos seus vícios.

Entre 1996 e 2001, a comunicação social enche-se de notícias sobre várias detenções e passagens por centros de desintoxicação: anda aos tiros de carro a alta velocidade em Sunset Boulevard, invade a casa de um vizinho, adormecendo no sofá, e falha frequentemente os exames à existência de drogas no organismo ordenados pelas autoridades.

Ficou célebre uma das frases com que explicou o vício a um juiz: «É como ter uma arma carregada na minha boca e o meu dedo no gatilho, e gosto do saber do metal da arma».

Neste período, amigos em Hollywood, que sempre respeitou o talento, arranjaram-lhe trabalhos que não conseguia manter: contratado para aumentar as audiências da série «Ally McBeal», no que é bem sucedido, acaba despedido depois de novo relapso em 2001.

Este acontecimento leva também à ruptura do casamento com Deborah Falconer, que conhecera no 1992, e a perda de custódia do filho.

Nenhuma companhia lhe faz um seguro de trabalho e tendo batido no fundo, são dois acontecimentos que, de acordo com o próprio, mudam tudo: conhecer a futura mulher, a produtora Susan Levin, durante a rodagem de «Gothika», e o dia em que tinha o carro cheio de drogas e decide parar para comer um hambúrguer que era tão nojento que achou que lhe ia acontecer alguma coisa, o que o levou a pensar na direção da sua vida e conduzir até ao mar e despejar todas as drogas.

A partir de julho de 2003, com a ajuda da família, meditação e muitas terapias, começa a reconstruir a sua carreira com particpações secundárias em filmes de prestígio.

A explosão deu-se quando se torna o Homem de Ferro depois de muitas dúvidas do estúdio e o seu carismático Tony Stark torna o filme um sucesso estrondoso em 2008.

A nomeação para os Óscares por «Tespestade Tropical», onde é Kirk Lazarus, um bem sucedido e dedicado ator australiano que realiza uma cirurgia de pigmentação da pele para interpretar um personagem negro, e «Sherlock Holmes», de Guy Ritchie, produzido pela mulher, consolidam um estatuto que mantém até hoje e não saiu beliscado por alguns projetos menos bem sucedidos fora da esfera da Marvel, onde continuará a ter o papel preponderante nos próximos anos.

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