Muitas pessoas não estão a ir ao cinema: basta ir a uma sala ou fazer uma rápida consulta às receitas de bilheteira, nos EUA e noutros países, incluindo Portugal, para se constatar que a afluência de espectadores continua bastante morna e muito longe dos valores pré-pandemia, apesar do levantamento da maioria das restrições sanitárias.

As exceções limitam-se a uma mão cheia de filmes, principalmente super produções: "Velocidade Furiosa 9", "007: Sem Tempo Para Morrer", "Venom: Tempo de Carnificina", "Uncharted", "The Batman", "Sonic 2" e principalmente "Homem-Aranha: Sem Volta a Casa".

Mas uma pesquisa da norte-americana Morning Consult a mais de 2.200 adultos de 30 de abril a 3 de maio revelada na quinta-feira concluiu que a pandemia já não é a principal justificação para o afastamento.

Só 36% dos americanos adultos inquiridos disseram que a COVID-19 é uma grande razão para não irem com regularidade ao cinema, enquanto 25% dizem que é uma razão menor e 39% nem sequer lhe dão qualquer relevância.

De facto, a confiança nos EUA para ir ao cinema ver um filme é a mais elevada desde que começou a pandemia: 62%, em contraste com os 12% de maio de 2020.

No entanto, apenas 41% dos inquiridos confirmaram que vão algumas vezes ou com frequência ao cinema, abaixo dos 59% que o faziam até março de 2020.

Segundo a pesquisa, atualmente 55% estão mais interessados em ver filmes em casa, enquanto 50% responderam que é demasiado caro ver filmes nos cinemas.

A falta de interesse nos títulos em exibição apenas é a principal razão para o afastamento de 32%.

Estes resultados confirmam a tendência de uma outra pesquisa de novembro de 2021 realizada pela Quorum, que concluiu que 49% dos espectadores americanos regulares de cinema antes da pandemia deixaram de comprar bilhetes.

Nos EUA, as receitas de bilheteira foram de 4,5 mil milhões de dólares em 2021, uma subida em relação aos 2,27 de 2020, mas muito abaixo dos 11,4 de 2019.