Desde que o movimento #MeToo começou, Woody Allen foi atingido por acusações de abuso sexual pela sua filha adotiva Dylan, que teria ocorrido em 1992.
Embora os processos tenham sido arquivados na época depois de duas investigações em separado, Dylan, apoiada pela sua mãe adotiva Mia Farrow e pelo seu irmão Ronan, renovou as suas acusações no início de 2018.
O realizador negou sempre as alegações, mas a sua imagem deteriorou-se nos EUA, com vários atores e atrizes com quem trabalhou a distanciaram-se publicamente, manifestando arrependimento ou declarando que não queriam voltar a trabalhar com ele.
Scarlett Johansson não está no grupo e quebrou agora o silêncio para defender o realizador que a dirigiu em "Match Point" (2005), "Scoop" (2006) e "Vicky Cristina Barcelona" (2008), que ajudaram a torná-la uma das estrelas mais procuradas em Hollywood antes de se tornar a Viúva Negra no Universo Cinematográfico Marvel.
"Adoro o Woody. Acredito nele e voltaria a trabalhar com ele em qualquer altura", disse numa longa entrevista sobre vários temas ao The Hollywood Reporter.
"Vejo o Woody sempre que posso e tive muitas conversas com ele sobre isso. Fui muito direta com ele e ele foi muito direto comigo. Ele defende que é inocente e eu acredito nele", reforçou.
A posição vai no mesmo sentido de Javier Bardem, colega de "Vicky Cristina Barcelona", Michael Caine (que recuou na posição inicial de condenação) ou Anjelica Huston, mas choca com a de subscritoras como ela do movimento Time's Up, criado contra o assédio sexual nos locais de trabalho e pela maior paridade em Hollywood.
Entre os atores que se afastaram do realizador estão Colin Firth, Kate Winslet, Mira Sorvino, Natalie Portman, Peter Sarsgaard e Ellen Page, bem como Timothée Chalamet, Selena Gomez e Rebecca Hall, estrelas do seu último filme.
Por causa da atenção mediática à volta das antigas alegações, a Amazon rompeu o contrato milionário com Woody Allen para produzir e distribuir quatro filmes, do qual o realizador recorreu para os tribunais, já depois de suspender indefinidamente a estreia americana de "Um Dia de Chuva em Nova Iorque", que chegará este outono a vários países europeus, incluindo Portugal a 24 de outubro.
Em julho, o cineasta começou a rodagem de "Rifkin's Festival" em San Sebastián, no país basco espanhol, com Christoph Waltz, Gina Gershon, Elena Anaya, Louis Garrel e Sergi López.
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