A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou na terça-feira que convidou 487 pessoas para se juntarem à sua organização, que vota os óscares todos anos anos.

Não há portugueses na lista, ao contrário do que aconteceu há um ano com os convites ao realizador João Gonzalez e ao produtor Bruno Caetano ("Ice Merchantes"), à realizadora Mónica Santos ("O Casaco Rosa” e “Entre Sombras”) e à produtora Joana Vicente, então presidente executiva do Sundance Institute.

Como é tradição, entre os convites estão vários nomeados e vencedores de Óscares da última cerimónia, como os atores Da’Vine Joy Randolph ("Os Excluídos"), Lily Gladstone ("Assassinos da Rua das Flores"), Sandra Hüller ("Anatomia de uma Queda"), Danielle Brooks ("A Cor Púrpura"), a realizadora e argumentista Justine Triet ("Anatomia de Uma Queda"), o seu marido, o argumentista Arthur Harari, o realizador e argumentista Cord Jefferson ("American Fiction), o realizador de documentários Mstyslav Chernov ("20 Dias em Mariupol") e o quarteto japonês responsável pelos efeitos visuais de "Godzilla Minus One".

Da’Vine Joy Randolph

Tecnicamente, as 487 pessoas são convidadas para se juntarem aos 19 ramos da Academia: se aceitarem os convites, todos votam para Melhor Filme e nas respetivas categorias já para a 97.ª cerimónia, a 2 de março de 2025.

Várias pessoas convidadas por mais mais do que um ramo, como Triet e Jefferson, mas também Celine Song ("Vidas Passadas") terão de escolher a qual é que se querem pertencer quando aceitarem o convite.

A divulgação dos convites permite descobrir outras pessoas já com muitos anos de trabalho de destaque na indústria que ainda não faziam parte da Academia: entre os atores, destacam-se na lista Jessica Alba ("Sin City", "Manchete", "Quarteto Fantástico"), Tia Carrere ("Quanto Mais Idiota Melhor", "A Verdade da Mentira"), Sergio Castellitto ("A Hora da Religião", "Não Te Movas"), Jason Clarke ("00:30 A Hora Negra", "Oppenheimer"), Greta Lee e Teo Yoo ("Vidas Passadas"), Kate Mara ("O Segredo de Brokeback Mountain", "Perdido em Marte"), Catherine O’Hara (“Sozinho em Casa", "Isto é Hollywood") Fiona Shaw (“O Rapaz do Talho", saga "Harry Potter") e Qi Shu ("Três Tempos", "A Assassina").

“Estamos entusiasmados por dar as boas-vindas à turma deste ano de novos membros na Academia. Estes artistas e profissionais extraordinariamente talentosos de todo o mundo tiveram um impacto significativo na nossa comunidade cinematográfica”, notaram em comunicado Bill Kramer, presidente executivo da Academia, e Janet Lang, presidente da Academia, Janet Yang.

Seguindo a tendência de uma forte componente internacional, as decisões de seleção de futuros membros entre atores, realizadores, argumentistas, produtores, músicos, executivos, publicistas, e técnicos, baseiam-se nas qualificações profissionais, com representação, inclusão e equidade a permanecerem uma prioridade.

No comunicado, a Academia indica que 44% das pessoas convidadas 'se identificam como mulheres' e 41% pertencem a comunidades étnicas/raciais sub-representadas. Além disso, 56% são de 56 países e territórios fora dos EUA.

No comunicado da Academia destaca-se que se todos aceitarem o convite, a organização passa a ter 10910 membros, dos quais 9934 com direito a votar para os Óscares.

A Academia tradicionalmente limitava o número de membros a seis mil, mas tem vindo a aumentá-lo desde que assumiu o compromisso de diversificar quem vota nos Óscares.

Em 2016, a organização foi muito criticada pela ausência consecutiva de profissionais negros entre as 20 nomeações das categorias de interpretação.

O caso reforçou as críticas #OscarsSoWhite [Óscares Tão Brancos] e motivou uma onda de protestos e o apelo a um boicote da cerimónia, nomeadamente por parte do realizador Spike Lee e do casal de atores Will Smith e Jada Pinkett-Smith.