Fazer filmes de super-heróis é um negócio de muitos milhões, mas não é "lucrativo" para um realizador estreante.
Quem o diz é Tim Miller, que entrou em Hollywood pela área dos efeitos especiais e animação 3D antes de fazer a estreia como realizador de longas-metragens com "Deadpool" em 2016, protagonizado por Ryan Reynolds e que arrecadou mais de 782 milhões de dólares nas bilheteiras mundiais.
“Podem não saber, mas não é realmente lucrativo ser um realizador estreante em Hollywood, e vou dizer-vos concretamente. Recebi 225 mil dólares para dirigir 'Deadpool'. Sei que parece muito dinheiro, mas não é para dois anos de trabalho", disse numa entrevista ao Collider (citada pelo Deadline).
Atualizado pela inflação, o valor corresponde a quase 296 mil dólares em 2024, cerca de 284 mil euros à cotação do dia, antes dos impostos e a parte para o seu agente.
Expressando gratidão, Miller, que fez a seguir "Exterminador Implacável - Destino Sombrio" (2019) e também é o criador da série antológica de animação 'Love, Death + Robots', até revelou o desabafo do agente sobre o salário: “Não é que não esteja grato, estou muito, é assim que são as coisas quando se é um realizador estreante. O meu agente disse ‘Meu, ganhas mais num episódio do 'Walking Dead!’".
"Deadpool" teve duas sequelas e Miller desistiu de regressar para a primeira por diferenças criativas com Reynolds, mas diz que sente 'muito orgulho' por ter feito parte do que se tornou uma grande saga.
"Sempre que ando pelos corredores das convenções da cultura pop e vejo todos aqueles bonecos do 'Deadpool', sinto que não estariam lá se não tivéssemos feito o filme. E sinto-me excecionalmente afortunado por ter feito parte disso. E depois o meu segundo pensamento é que gostaria que os meus contratos de realizador tivessem uma parte do merchandising para que pudesse ter algum dinheiro de tudo aquilo.", admite.
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