Tom Cruise fez jus à sua fama de "última verdadeira estrela de cinema" durante o almoço informal anual da Academia, que reuniu muitos dos quase 200 nomeados aos Óscares na segunda-feira em Los Angeles.

Num salão repleto de estrelas do porte de Steven Spielberg e Cate Blanchett, não havia dúvida de que Cruise era a maior atração: vários fãs, de executivos de Hollywood até à vencedora do Nobel da Paz Malala Yousafzai, formaram uma fila para falar com o ator durante todo o o evento.

Cruise está nomeado como produtor de "Top Gun: Maverick", do qual também é protagonista. Alguns analistas consideram que a longa-metragem tem grandes chances de vencer na categoria de Melhor Filme.

Austin Butler e Tom Cruise

"Tem sido incrível (...) só quero levar as pessoas aos cinemas", disse Cruise à France-Presse.

"Mas isto é adorável", admitiu, apontando para o salão onde o evento aconteceu em Beverly Hills, cheio com nomeados aos Óscares e membros votantes da Academia.

Tom Cruise com Michelle Yeoh

A GALERIA DE ESTRELAS

A 95ª edição dos Óscares acontecerá em 12 de março. E este ano, vários sucessos de bilheteira receberam nomeações, incluindo "Maverick", "Avatar: O Caminho da Água" e "Black Panther: Wakanda Para Sempre", o que gera a esperança de aumento das audiências da cerimónia na televisão.

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"Os deuses dos prémios sorriram para nós. Não há nada que possamos fazer sobre isso", brincou Glenn Weiss, que regressa ao posto de produtor da cerimónia.

Durante o discurso no almoço, a presidente da Academia, Janet Yang, também reiterou o desejo de deixar para trás a polémica "sem precedentes" do ano passado, quando Will Smith deu um chapada ao apresentador e comediante Chris Rock no palco da cerimónia, antes de ser expulso da Academia.

"O que aconteceu no palco foi totalmente inaceitável. E a resposta da nossa organização foi inadequada", disse.

Smith foi autorizado a permanecer na sala e aceitar o seu prémio de Melhor Ator por "King Richard" depois da agressão a Rock. Apenas mais tarde foi proibido de comparecer à cerimónia da Academia e eventos associados durante uma década.

A Academia deve atuar com "compaixão e de maneira decisiva" em momentos de crise, afirmou Yang, entre aplausos.

Pela primeira vez a equipa de um filme português, "Ice Merchants", nomeado para Melhor Curta-Metragem de Animação, esteve no almoço informal: o produtor Bruno Caetano e o realizador João Gonzalez partilharam fotografias do evento especial nas redes sociais.

"Ainda não acredito que isto está a acontecer. Vemo-nos na cerimónia dia 12 de março", escreveu João Gonzalez na sua conta no Facebook.

No almoço, a dupla tirou fotografias com Brendan Fraser (nomeado na categoria Melhor Ator por "A Baleia"), Ke Huy Quan (nomeado a Melhor Ator Secundário por "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo") e Malala Yousafzai.

Após o almoço, os nomes de 182 nomeados foram lidos, além dos realizadores que representaram os seus países na categoria de Melhor Filme Internacional, antes de se tirarem cinco fotografias coletivas da "turma de 2023".

O filme "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo" recebeu o maior número de nomeações, 11, e o elenco da produção foi muito aplaudido na segunda-feira.

Colin Farrell e Austin Butler, nomeados na categoria de Melhor Ator por "Os Espíritos de Inisherin" e "Elvis", também foram muito aplaudidos.

Sonho americano

Uma ausência notável no almoço foi a de Andrea Riseborough. A nomeação da britânica ao prémio de Melhor Atriz pelo filme "To Leslie" provocou polémica após uma intensa campanha de última hora nas redes sociais organizada por várias celebridades.

Entre os nomeados presentes estava o escritor Kazuo Ishiguro, na corrida pelo argumento adaptado do drama britânico "Viver", pouco mais de cinco anos de receber o Nobel de Literatura.

"Isto é muito diferente... É como uma versão do sonho americano. Tantas pessoas sonham em estar aqui", disse.

"O Óscar parece mais com uma eleição: há muito mais campanha" do que para outros prémios famosos, acrescentou.

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz em 2012, compareceu ao evento na qualidade de produtora executiva de "Stranger at the Gate", um documentário de curta-metragem sobre um marine veterano dos EUA que conspirou para explodir uma mesquita na sua cidade natal.

"É surreal. Vi-o no ecrã e agora estou a vê-lo pessoalmente", declarou à AFP depois de conhecer Tom Cruise.