O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, seria um personagem de ficção fantástico para 'um filme-catástrofe', disse o cineasta espanhol Pedro Almodóvar ao inaugurar uma retrospectiva de sua carreira no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).
'Acredito que Trump irá inspirar muitos, sobretudo humoristas. O mau é que vamos sofrer na pele, principalmente os americanos [...] Ele inspiraria seriamente um filme-catástrofe', disse aos jornalistas na terça-feira à noite, antes da antestreia do seu último filme, "Julieta", no MoMA.
'Esse tipo de personagem não parece verosímil na vida real, ele é um grande personagem de ficção. Ter que suportá-lo na realidade deve ser uma enorme desgraça. Esperamos que ele vá embora rapidamente', defendeu Almodóvar, vencedor de dois Óscares, sobre o republicano que surpreendentemente venceu as eleições contra a democrata Hillary Clinton.
Antes da eleição, Almodóvar tinha dito que Hillary encaixava perfeitamente no papel de 'chica Almodóvar" pela força do seu caráter.
O MoMA irá exibir nas salas até 17 de dezembro os 20 filmes do célebre cineasta de maneira cronológica.
'É muito emocionante estar aqui esta noite', disse Almodóvar, recordando que em 1984, quanto tinha 35 anos, o MoMA apresentou seu filme "Que Fiz Eu para Merecer Isto?" no seu festival anual 'Novos Realizadores/Novos Filmes'.
'Não é só um privilégio, mas também uma emoção muito grande estar no mesmo lugar mais de 30 anos depois e com um novo filme', disse.
"Julieta", a longa-metragem mais restrita do diretor, baseia-se nos três contos "Chance", "Soon" e "Silence" que a autora canadiana Alice Munro, vencedora do Nobel de Literatura em 2013, publicou na revista New Yorker. Conta a história de uma mãe de Madrid que procura incessantemente a sua filha de 18 anos que desapareceu misteriosamente.
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